Performance circense “MÃO, translação da casa pela paisagem” (RJ) ocupa o pátio do CCBB BH com apresentações gratuitas
De 14 a 26 de maio, a intervenção carioca propõe ao público uma experiência artística em torno dos rituais de chegada e partida dos trabalhadores do circo na cidade. Em cena, é montada ao vivo uma estrutura de 8 metros, pela mão de seis performers e um músico. O acesso é gratuito.
De 14 a 26 de maio, a performance transdisciplinar “Mão”, dirigida pelo artista gaúcho Renato Linhares (“Intrépida Trupe” e “Foguetes Maravilha”), leva para o pátio do CCBB BH a criação de um espetáculo de circo como intervenção urbana. Em tempo real, os performers Adelly Costantini, Fernanda Más, Carolina Cony, Daniel Elias, Ernesto Poittevin, Fábio Freitas e Marcelo Callado montam, aos olhos da plateia, peça por peça de uma estrutura feita de ferro e madeira – que chega a 8 metros de altura – com coreografia hipnotizante que altera a noção de tempo do espectador. A obra reflete sobre a construção coletiva e artesanal do picadeiro ou, simplesmente, aquilo que antecede o show: o salto, o voo, o “frio na barriga”. A performance acontece, às quartas, quintas, sextas e segundas, às 15h, e aos sábados e domingos, às 18h, no Pátio do CCBB BH. O acesso é gratuito. Mais informações sobre as performances pelo site ccbb.com.br/bh e nas redes sociais: instagram.com/ccbbbh e facebook.com/ccbbbh.
Este projeto tem o patrocínio do Banco do Brasil por meio do edital de Ocupação do Centro Cultural Banco do Brasil 2024/2025.
“Nos perguntamos como criar uma intervenção que pudesse falar da mão de obra da mão circense. Um ato público que nos permitisse ver as formas de expressão que existem no toque, na ação do construtor, do ponto de vista do artista de circo. Mas também um espetáculo que fosse como a mão, um instrumento articulado, extremo, inconsciente”, explica o performer, coreógrafo e encenador Renato Linhares, que assina a direção do trabalho.
Renato Linhares explica que o resultado é uma peça que convida à reflexão sobre esse ‘construir’ do circo e suas particularidades. “Uma obra que é uma construção coreográfica ou uma coreografia operária. Um ritual que dá a ver a espessura do ferro que segura a lona, o peso da estaca que a mantém de pé, suas equações estruturais, seus barulhos não musicais, seus encaixes únicos, e aquilo tudo que vem antes do salto, do voo, do frio na barriga. Nem todos os rituais são rigidamente definidos, alguns costumam se formar no meio da vida cotidiana, e acabam se tornando um ato reconhecível pela expressão e pelo simbolismo que há nesse acontecimento”, completa.
Cena
Em cena, os seis performers executam movimentos ordinários de uma construção, como aparafusar e encaixar. Durante a edificação, os artistas se equilibram em uma enorme rampa de madeira, com saltos, acrobacias e giros, possibilitando aos passantes uma espécie de viagem no tempo.
“Decidimos levantar uma estrutura em cena e fazer do deslocamento de tubos, ferros, porcas e parafusos uma experiência concreta para poder viajar no tempo, pois construir uma estrutura em um espaço de passagem público pertence à cultura arcaica. Por séculos e séculos pequenos e grandes mundos utópicos foram construídos e destruídos a olhos nus. Pontes, torres, pirâmides, casas, cidades inteiras edificadas e demolidas pelo tempo e pelos homens. Entre grandes incêndios e guerras territoriais, por vezes, vislumbramos distraídos a chegada do circo. Entre colonizações e evoluções tecnológicas, sob nossos olhos, e no decorrer do tempo, vimos o circo se montar e partir, deixando um efêmero rastro de truques e milagres”, comenta Renato Linhares.
Ao final da performance, a grande estrutura é tombada, invertendo seu ângulo, dando-lhe uma nova forma. Inúmeras reações invadem a plateia, que é surpreendida ao ver o gigante objeto, construído diante de seus olhos, sendo deitado no chão. Uma imensa tela verde é usada para cobrir a estrutura, e o interior da tela é preenchido pela aparição de uma fumaça vermelha, que perpassa por ela atingindo o céu. O espetáculo finaliza. Os artistas partem. Ao som de uma música épica, deixam na praça uma enorme escultura. O circo.
Segundo Adelly – idealizadora do projeto, produtora e uma das performers – “Mão” é uma obra multidisciplinar, feita a muitas mãos, por circenses, bailarinos, músicos e arquitetos. “Em cena, discutimos o ‘trabalho’, a obra edificada fora da galeria, a mão de quem faz a obra, a cidade em obra. É circo em Happening ou uma ode aos trabalhadores”, acrescenta.
Desde a estreia em 2016, “Mão” já circulou por diversos tipos de público em museus, avenidas, escolas, comunidades, centros urbanos, periferias e também em festivais de circo, dança e performance dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo e, pela primeira vez, será vista pelos mineiros. “É uma obra democrática. Sua passagem cria a expectativa ao risco, ao acerto, à possível falha humana. Gostamos da galeria enquanto espaço de exposição de uma obra. Mas gostamos de levar a obra também para avenidas ou parques. Diante dos diversos cenários, pequenas adaptações sempre podem ocorrer. Muitas vezes invadimos a praça dentro de um caminhão, outras vezes o caminhão não tem acesso. Como é o caso do CCBB BH. O único cenário ideal é que haja um solo firme para erguer a obra”, conclui Adelly.
Circuito Liberdade
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
SERVIÇO
PERFORMANCE “MÃO” NO CCBB BH
14 a 26 de maio (doze performances)
Quartas, quintas, sextas e segundas – às 15h
Sábados e domingos – às 18h
Local: Pátio do CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – BH/MG)
Acesso gratuito
Mais informações no site ccbb.com.br/bh
Classificação indicativa: Livre
Mais informações: (31) 3431 9400
instagram.com/ccbbbh | facebook.com/ccbbbh | E-mail: ccbbbh@bb.com.br
INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA
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EXTRAS – Minibios
Renato Linhares é performer, coreógrafo e encenador. Iniciou seus estudos em teatro no ano de 1998, em Porto Alegre, com o grupo Ói Nóis Aqui Traveiz. Em 2001, ingressa na Intrépida Trupe (RJ), onde dirige o espetáculo METEGOL (2005). Desde 2011, faz parte do grupo Foguetes Maravilha por onde criou os espetáculos: “Ninguém Falou que Seria Fácil”, de Felipe Rocha, com direção de Alex Cassal; “Síndrome de Chimpanzé”, com texto e direção de Alex Cassal; “Mortos-Vivos: Uma Ex-conferência”, de Alex Cassal, no qual dirige e atua; e “Subterrâneo – Um Musical Obscuro”, em codireção com Paula Diogo, uma coprodução com a cia. portuguesa Má-Criação. Suas criações mais recentes são os espetáculos: “Pode Ter Sido um Tremor”, como diretor e coreógrafo; “AGÔ – Conversas” de Cristina Moura, como dramaturgo colaborador e interlocutor convidado; “Cérebro_Coração” de Mariana Lima, em codireção com Enrique Diaz; “Mão – Translação da Casa pela Paisagem”, como diretor e coreógrafo; e “Os 7 Samurais”, de Laura Samy, como dançarino.
Adelly é multiartista e produtora. Trabalha nas múltiplas linguagens do circo e seus diferentes públicos ou locações. Realiza o Festival de acrobacias aéreas Rio no Ar. Diretora de movimento com indicações ao Emmy 2023 pela novela “Cara e Coragem” (Globo) e premiada pelo CBTIJ 2024, pela preparação corporal da peça “Fábrica de Nuvens”.