Educação

Noélli Santiágo fala sobre o Poder Terapêutico da Escrita à Mão e o Resgate do Diário

Vivemos cada vez mais dominados pela tecnologia e pela velocidade das interações digitais e, escrever à mão se tornou um ato raro e por muitos considerado ultrapassado. No entanto, essa prática antiga tem ganhado um novo significado ao ser redescoberta como uma poderosa ferramenta terapêutica. Noélli Santiágo, especialista em sustentabilidade emocional indutiva e reequilíbrio energético, vem utilizando a escrita terapêutica como um dos pilares de seu trabalho de transformação pessoal. A ciência agora confirma o que muitos já experimentaram: escrever à mão pode ser uma prática profunda de autoconhecimento, cura e mudança.

Noélli explica que a escrita terapêutica vai muito além de expressar pensamentos e que quando escrevemos à mão abrimos um canal de comunicação entre nossa mente consciente e subconsciente em que cada palavra escrita tem o poder de transformar emoções represadas, esclarecer ideias confusas e até mesmo redefinir a nossa história pessoal. “Esse processo é uma verdadeira alquimia interna”, afirma. E a ciência concorda. Estudos mostram que a escrita à mão não apenas melhora a memória, mas também contribui para o desenvolvimento da coordenação motora fina, aumenta o foco e a concentração, além de estimular a criatividade.

Pesquisas da Universidade de Indiana, por exemplo, revelam que escrever manualmente ativa áreas do cérebro relacionadas ao aprendizado e à memória, promovendo uma retenção de informações mais eficaz do que a digitação. Isso acontece porque o ato de escrever à mão envolve um esforço cognitivo maior, o que exige mais do cérebro e facilita o armazenamento de conteúdo. Essa prática também estimula a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de criar novas conexões neurais, fortalecendo funções cognitivas e promovendo maior agilidade mental.

A terapeuta observa que a escrita manual oferece benefícios que vão além dos aspectos físicos e cognitivos. “Ao escrever, nós nos permitimos desacelerar. Esse ritmo mais lento e deliberado não apenas nos ajuda a processar informações de maneira mais profunda, mas também nos permite refletir sobre nossas experiências e emoções de forma mais consciente”, destaca. Essa desaceleração é fundamental em um mundo que constantemente nos empurra para o imediatismo. A prática da escrita manual favorece o pensamento crítico, permitindo a elaboração de ideias mais complexas e a tomada de decisões mais ponderadas.

Outro benefício significativo da escrita à mão é a sua capacidade de reduzir o estresse. Em tempos de crescente ansiedade e sobrecarga emocional, dedicar-se à escrita terapêutica pode funcionar como um alívio para as tensões internas. Estudos indicam que atividades manuais, como escrever, ajudam a diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, promovendo um estado de calma e relaxamento. Além disso, essa prática permite uma expressão pessoal mais autêntica, ajudando as pessoas a organizarem seus pensamentos e a lidarem melhor com seus desafios diários.

Pessoas com mais de 40 anos com certeza tiveram pelo menos um Diário ou amigos que tinham o hábito de compartilhar com o “caderninho”, geralmente com um cadeado com chave, o seu dia a dia. Essa prática, especificamente, é um excelente exemplo desse poder terapêutico. Noélli destaca que, em tempos passados, muitas pessoas recorriam ao hábito de escrever em Diários como uma forma de processar suas experiências e emoções. “Era preciso escrever para não enlouquecer”, diz. “O Diário era um espaço seguro onde as pessoas podiam colocar para fora suas dores, angústias e reflexões, mesmo sem terem consciência de que estavam, na verdade, realizando um processo terapêutico.”

Em um mundo cada vez mais digital e público, o Diário perdeu espaço para as redes sociais, onde embora se fale sobre si mesmo, o cenário é bem diferente e nada terapêutico. Aberto a opiniões, julgamentos diversos e lacrações na busca por likes, nem sempre a sinceridade sobre os sentimentos é honesta. Portanto, resgatar esse hábito pode ser uma forma poderosa de reconexão consigo mesmo. Ao dedicar um tempo diário para escrever sobre o que aconteceu e, mais importante, sobre como se sentiu, as pessoas podem acessar uma clareza emocional e mental que, muitas vezes, está obscurecida pela correria do dia a dia.

Um ato revolucionário, escrever à mão é para todos que sintam necessidade de organizar ideias, planejar metas ou simplesmente desabafar, pois a prática oferece uma conexão profunda consigo mesmo, promovendo autoconhecimento, cura e transformação.

Vendo o impacto direto dessa prática em seus pacientes e seguidores, que relatam uma maior clareza mental, equilíbrio emocional e até mesmo a realização de metas pessoais após adotarem a escrita terapêutica em suas rotinas, Noélli nos convida a redescobrir a escrita manual e o hábito de manter um Diário como ferramentas acessíveis e transformadoras. “Escrever à mão, especialmente em um Diário, é uma forma de ressignificar a própria história. Cada linha escrita é uma oportunidade de transformar a energia negativa em algo novo e positivo. É uma maneira de liberar o que nos pesa e abrir espaço para novas perspectivas, de encontrar um caminho para a liberdade emocional e a realização pessoal”, ressalta.

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