Violência no trabalho: procuradora é agredida
Na última segunda -feira (20), a procuradora Gabriela Samadello Monteiro de Barros (39), foi brutalmente agredida por um colega de trabalho. O caso aconteceu na cidade de Registro, no interior de São Paulo.
O agressor se trata do também procurador Demétrius Oliveira Macedo(34). Em vídeo que viralizou nas redes sociais, é possível ver o tamanho da violência praticada contra a vítima.
Demétrius, primeiramente, faz com que a servidora fique deitada no chão. Desse modo, o homem desfere inúmeros socos e pontapés na mulher, que é defendida por outras colegas. Entretanto, as duas mulheres que aparecem no vídeo tentando segurá-lo, não conseguem. Uma delas acaba sendo empurrada na porta e machuca as costas na maçaneta.
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A agressão aconteceu na prefeitura de Registro, ambiente de trabalho de ambos. Segundo Gabriela, ela entrou com um pedido na Secretária Administrativa, para investigar o agressor. Isso porque, segundo ela, ele teria um comportamento inadequado no ambiente de trabalho. Além disso, já teria tratado outra colega de forma grosseira.
O que teria motivado o ataque de fúria do servidor, foi o fato de a criação de uma comissão para apurar seu comportamento, ser publicada no Diário Oficial.
Em entrevista á Globo, Gabriela disse: “Eu estava saindo da repartição, quando ele veio até a mim de forma violenta. Me desferiu uma cotovelada. Foi exposta a minha dignidade, como mulher eu fui desrespeitada. Como servidora pública… enfim, foi um desrespeito global da minha personalidade como mulher.” Gabriela está em um cargo mais elevado em relação ao agressor.
Trabalho e misoginia
Um estudo feito em 2020 pelo Programa Das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), afirmou que 90% da população, homens e mulheres, têm alguma forma de preconceito contra as mulheres. A pesquisa foi feita em 75 países, e alcançou 80% da população mundial. Mais da metade dos entrevistados acreditam que homens são melhores líderes políticos que mulheres.
Cerca de 40 % acreditam que homens são melhores nas posições de liderança em empresas. E 28% disseram que é justificável um marido agredir a esposa fisicamente.
Pedro Conceição, chefe do Gabinete do Relatório do Desenvolvimento Humano do PNUD disse que são muitos os avanços nesse sentido. Entretanto, ele afirmou “as diferenças de gênero ainda são muito óbvias em outras áreas. Principalmente aquelas que desafiam as relações de poder. E que são mais influentes para realmente alcançar a verdadeira igualdade.”
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Além da violência física, assédio moral e sexual, existem outras agressões contra os direitos das mulheres nos ambientes corporativos. Em 2019, a OAB São Paulo promoveu a palestra “Assédio e Violência contra a Mulher no ambiente de Trabalho”.
O tema foi amplamente discutido pelas participantes. Entre outras violações, destacou-se o fato de que, em muitas empresas, ser homem é um pré-requisito para contratação. Os contratantes procuram, também, saber se a mulher é recém-casada e se pretende ter filhos. Além das muitas trabalhadoras que perdem o emprego após a licença-maternidade.
“Sofri assédio moral”, disse o agressor em depoimento
O delegado que ouviu o agressor Demétrius Oliveira, declarou nessa manhã ao G1 que o procurador alegou ter reagido ao assédio moral que sofria. Fernando Carvalho Gregório é delegado do 1°DP de Registro, ouviu o agressor e logo depois, o liberou. Em seu entendimento, houve sim um crime que precisa ser apurado. Entretanto ele não entendeu como um flagrante.
Fernando Carvalho disse ainda que Demétrius admitiu ter agredido a vítima, porém disse sofrer assédio moral no trabalho. ” O fato é analisado pelo Ministério Público e o Poder Judiciário. Ao final de todos os trabalhos teremos uma conclusão das investigações num processo. E uma eventual condenação”, disse o delegado á TV Tribuna (afiliada da Globo).
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