Transparência internacional divulgou carta endereçada aos embaixadores
Na terça-feira (19/07) a Transparência Internacional divulgou uma carta endereçada aos embaixadores, que estavam presentes no encontro com o presidente Jair Bolsonaro.
Leia uma parte do documento da entidade:
“Em uma de suas mais explícitas demonstrações anti-democráticas até aqui, na segunda feira (18/07), o presidente Jair Bolsonaro reuniu a comunidade diplomática de Brasília para uma apresentação no Palácio da Alvorada, em que atacou as instituições eleitorais brasileiras e seus membros, usando informações falsas e manipuladas.
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Desde 2019, a Transparência Internacional tem documentado e denunciado à comunidade internacional a deterioração da democracia e da governança no Brasil. O episódio do dia 18/07 acabou com qualquer dúvida sobre o processo de desestabilização em andamento, não deixando dúvidas para ambiguidades ou interpretações equivocadas.”
Para a Transparência a postura do presidente não pode ser tratada como irresponsável ou sem sentido.
Entenda como foi o encontro com os embaixadores e o motivo da carta do Transparência Internacional
O presidente brasileiro se reuniu com embaixadores de diversos países no Palácio da Alvorada na segunda (18/07) para aprimorar os padrões de transparência das eleições, e aproveitou o encontro para criticar as urnas eletrônicas.

A secretaria de Comunicação da presidência – SECOM enviou uma nota:
“O senhor Presidente da República manteve o encontro no dia 18 com chefe de missões diplomáticas acreditadas no Brasil para intercâmbio de ideias sobre o processo eleitoral em curso no país. O presidente Jair Bolsonaro sublinhou aos representantes do corpo diplomático que sua própria carreira política é um resultado do sistema democrático.
Lembrou, nesse sentido, seu período de mais de 30 anos como representante eleito, em trajetória iniciada na Câmara Municipal do Rio De Janeiro, passando pela Câmara dos Deputados e culminando com sua eleição à presidência da República em 2018, com mais de 57 milhões de votos válidos, em campanha realizada com o mínimo de financiamento público (menos de um milhão de dólares).”
Durante a reunião o presidente fez críticas ao STF, direcionada aos ministros Luiz Roberto Barroso e Edson Fachin e disse que as recentes falas dos ministros são lamentáveis.
O presidente Bolsonaro criticou os ministros Barroso e Fachin
Bolsonaro disse o seguinte:
“Quando se fala em eleições, vem a nossa cabeça transparência. E os senhores Barroso e Fachin começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe pela ocasião das eleições. É exatamente o contrário que está acontecendo.
O Barroso vai aos Estados Unidos dar palestra de como se tira um presidente. Ele era do TSE e do STF. Você não tem ciência de pessoas que ocupam os mesmos cargos em outros países que fiquem falando, dando entrevistas e palestras sobre opiniões pessoais sobre o governo? Lamentável a opinião do ministro Barroso, isso atrapalha o Brasil.”

Bolsonaro ainda colocou em dúvida o resultado das eleições de 2018, à qual ele foi eleito com 55% dos votos válidos, ele afirmou que viu centenas de vídeo de fraudes nas urnas e diz que está fazendo essas reclamações para que o TSE tenha tempo para consertar as urnas.(Os vídeos citados foram desmentidos pelo TSE).
“Tenho centenas de vídeos de leitores que, ao apertarem meu número nas urnas aparecia o voto para outro candidato. Ao apertarem o 7 aparecia o 3. Não vi ninguém falando do outro lado. Estou falando antes para que haja tempo do TSE consertar as urnas.” Disse o presidente.
Gabinete do Ministro Barroso se pronuncia sobre a acusação
O gabinete do ministro Barroso se pronunciou sobre a fala do presidente:
“Cumprindo o cansativo dever de restabelecer a verdade diante de mentiras reiteradamente proferidas, o gabinete do ministro Luís Roberto Barroso informa que ele jamais proferiu palestras no exterior sob título “Como se livrar de um presidente”. Em um evento realizado na Universidade do Texas, a palestra do ministro foi sobre: “ Populismo Autoritário, Resistência Democrática e Papel das Supremas Cortes.” Tanto o vídeo da apresentação como o texto em que se baseou a palestra são públicos.”

O ministro Fachin não se pronunciou.