Sorteio dos grupos esquenta o clima de Copa, mas o que muda se passarmos o VAR na história dos mundiais
Olhar lançado ao passado propõe exercício interessante quanto à história do futebol: levantamento da Betfair apaga erros de arbitragem e reescreve mundiais
O sorteio da Copa do Mundo colocou Marrocos, Escócia e Haiti no caminho do Brasil, e a torcida pentacampeã já sabe os adversários da fase de grupos do mundial de 2026. Além disso, confrontos como Inglaterra e Croácia, no grupo L, Portugal e Colômbia, pelo grupo K, e o forte grupo I, que conta com França, Senegal e Noruega, já causam antecipação nos fãs de futebol e esquentam o clima para 2026.
No meio desse frenesi quanto à Copa do Mundo do ano que vem, um olhar ao passado propõe um exercício interessante e divertido sobre a história do futebol. Como seria se o VAR estivesse em todas as Copas do Mundo, desde 1930? A Betfair, uma das maiores casas de apostas do mundo, levantou dados históricos avaliando decisões controversas das Copas de forma retroativa. O resultado, 26 erros de arbitragem que impactaram na história dos mundiais, está disponível no site O VAR nas Copas.
O levantamento mostra que o Brasil poderia perder os títulos de 1970, 1994 e 2002 se o VAR estivesse em ação. Já a campanha da Argentina em 1986 não seria de campeã, com a Inglaterra levantando a taça após o famoso gol conhecido como “Mão de Deus” de Diego Maradona ser anulado. Quatro anos depois, no entanto, a Argentina seria a campeã ao invés da Alemanha Ocidental, de acordo com o levantamento.
Já o lendário atacante húngaro Ferenc Puskás teria conquistado a Copa do Mundo de 1954, caso o VAR existisse, assim como o ponta-direita Arjen Robben, da Holanda, em 2010. A explicação e outros momentos em que os resultados de mundiais seriam outros estão no site, que também possui gráficos com a quantidade de erros de arbitragem por Copa do Mundo.
No mundial do ano que vem, sediado pela primeira vez em três países, EUA, Canadá e México, diversas seleções irão disputar o torneio pela primeira vez. É o caso de Jordânia, Uzbequistão, Curaçao e Cabo Verde, que vão poder escrever suas histórias na Copa do Mundo já com a presença do VAR para garantir que nenhum gol mal anulado seja validado ou que um pênalti claro não seja marcado a seu favor. Outros países também podem fazer suas estreias, caso avancem nas repescagens marcadas para março. É o caso de Bolívia e Suriname, que fazem fronteira com o Brasil.
Campeão em 2002, Rivaldo é contra o VAR
O VAR estreou em Copas do Mundo na edição de 2018, na Rússia, para ajudar a acabar com os erros de arbitragem. No entanto, o ex-jogador Rivaldo, campeão da Copa do Mundo de 2002 e embaixador da Betfair, é contra a tecnologia. “A Betfair identificou que 26 lances poderiam ter interferido nos jogos e decisões, fazendo uma análise fria do jogo. No entanto, o VAR também se equivoca, da mesma forma que o árbitro de campo errava antes”, disse o melhor jogador do mundo em 1999.
“Hoje, o árbitro e a equipe de seis ou sete pessoas lá em cima ainda não conseguem enxergar o que acontece em campo. Mesmo com a tecnologia e as imagens, vemos erros absurdos. Às vezes, as pessoas que trabalham no VAR nunca jogaram futebol. Sou contra o VAR por isso: em alguns lances, acerta, mas em outros, a polêmica continua, como era antigamente, acontece do mesmo jeito”, continuou.
Para o embaixador da Betfair, o VAR acaba com a “malandragem” no futebol, tirando parte da emoção para o torcedor e tirando de campo uma parte da malícia que jogadores podem utilizar nas partidas. “O futebol tem que ter emoção, malícia, mas eles quiseram tirar isso do jogo, essa malandragem. O VAR deveria corrigir os erros, mas eles continuam. Há lances de pênalti que o VAR analisa e concede, mas que, na verdade, não foram. E vice-versa. Muitas vezes, lances simples não são detectados corretamente”, disse.
Todos os 26 erros identificados pela Betfair e seus desdobramentos podem ser vistos no site O VAR nas Copas, que traz lances desde o primeiro mundial da história, em 1930, até o último torneio sem o VAR, em 2014, no mundial vencido pela Alemanha no Brasil.

