Semana de 4 dias úteis conquista espaço no Brasil
Semana com 4 dias na semana de trabalho é uma proposta tentadora: trabalhar apenas quatro dias na semana, descansar três e ainda receber o salário integralmente, sem qualquer espécie de dedução.
Parece utopia, mas a “semana de quatro dias úteis”, que já é uma realidade em países como Islândia, Japão e Emirados Árabes Unidos, vem ganhando cada vez mais força em outras partes do mundo.
No Brasil, a ideia de “sextar” antes da hora ainda é incipiente, mas algumas empresas vêm aderindo ao modelo e reduzindo a jornada de trabalho dos seus colaboradores de 40 para 32 horas semanais.
“Um dia a menos de trabalho possibilita um a mais de descanso. Reduz o estresse e amplia a percepção de qualidade de vida.
É atrativo para os funcionários, que conquistam mais bem-estar, e também para as empresas, que podem elevar a produtividade, e, consequentemente, os resultados”, explica Karine Camuci, fundadora da Você Empregado, consultoria especializada em recolocação profissional.
Especialista explica como funciona a semana de 4 dias úteis
De acordo com a especialista, as vantagens da “semana de quatro dias” são ainda maiores. “O modelo favorece a promoção da saúde mental e do bem-estar físico, ajuda na formação de equipes mais eficientes e contribui para a retenção de talentos”, afirma Camuci.
A economia de recursos é outro fator de incentivo. “Ter escritórios funcionando menos dias possibilita às empresas reduzirem despesas administrativas de manutenção. Os funcionários, por sua vez, também diminuem os gastos com deslocamento e com alimentação fora de casa”, assegura.
Os fatos corroboram. Em estudo realizado em 2019, a operação japonesa da Microsoft avaliou que, quando os funcionários trabalhavam apenas quatro dias na semana, as despesas relacionadas ao uso de papel e energia diminuíam.
O teste indicou ainda que os colaboradores, além de mais felizes, estavam 40% mais produtivos. No Brasil, a martech Winnin também concluiu em pesquisa interna que “sextar” antes aumentou em 17% o equilíbrio entre vidas profissional e pessoal.
Na percepção dos funcionários, a atenção ao bem estar físico e à saúde mental subiu em 50%. Nem tudo, porém, são flores. Na Nova Zelândia, um estudo recente mostrou que três dias de folga não significam, necessariamente, mais tempo livre.
Leia também: Shawn Mendes cancela turnê mundial
Segundo a pesquisa, as empresas do país que adotaram o modelo acabaram, involuntariamente, aumentando o stress dos trabalhadores, uma vez que as cobranças, além de continuarem as mesmas, passaram a estar concentradas.
De acordo com os pesquisadores, reduzir a carga horária precisa vir junto com uma mudança no esquema de trabalho e na quantidade de entregas que cada profissional tem. “Uma alternativa seria aumentar o expediente diário. Mas, não acredito que seja uma boa opção”, conclui Karine Camuci.