Economia e Negócios

Planejamento Tributário deixa de ser luxo e se torna essencial para a sobrevivência de pequenas e médias empresas no Brasil

Especialistas alertam que o desconhecimento fiscal pode comprometer o crescimento de negócios em 2025

Em um cenário de inflação controlada, crédito mais restrito e reforma tributária em fase de implementação, o planejamento tributário deixou de ser um diferencial competitivo para se tornar uma questão de sobrevivência para empresas brasileiras, especialmente as de pequeno e médio porte.

De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), empresas que realizam planejamento fiscal eficaz podem reduzir entre 8% e 20% de sua carga tributária anual de forma legal, aproveitando incentivos, regimes adequados e benefícios fiscais.

“A falta de planejamento fiscal é um dos maiores gargalos financeiros das empresas brasileiras hoje. Muitos empreendedores pagam mais tributos do que deveriam simplesmente por desconhecerem o regime mais adequado para sua atividade”, afirma o contador Davi Vasconcelos, diretor da Norral Contabilidade.

Simples Nacional nem sempre é a melhor escolha

Segundo Davi, é comum que empresários escolham o Simples Nacional por achar que é mais vantajoso, mas, dependendo do faturamento, do número de funcionários e da atividade, o Lucro Presumido ou até o Lucro Real podem representar uma economia significativa.

“Já atendemos empresas que, ao migrar de regime, economizaram mais de R$ 100 mil em tributos ao ano. Isso não é sonegação, é estratégia, é inteligência contábil aplicada ao negócio”, explica o diretor da Norral.

Novo cenário: Reforma Tributária e aumento da fiscalização digital

Com a chegada da Reforma Tributária, que substituirá tributos como PIS, Cofins e ICMS pelo IBS e a CBS, muitas empresas precisarão rever completamente suas práticas fiscais. Ao mesmo tempo, a Receita Federal avança com cruzamentos automáticos de dados em tempo real, exigindo maior precisão e transparência na escrituração contábil.

“Não é mais possível improvisar. O contador moderno precisa ser parceiro estratégico do empresário. Um erro ou atraso hoje pode gerar bloqueios, autuações e perda de acesso a crédito e licitações”, alerta Davi.

Contabilidade estratégica: do reativo ao proativo

A contabilidade consultiva ganha força nesse contexto. Em vez de apenas cumprir obrigações fiscais, os contadores vêm assumindo o papel de orientadores financeiros, identificando oportunidades legais de economia e crescimento.

“O contador não é só quem entrega guias. Ele é quem pode te mostrar onde está o dinheiro perdido dentro da sua própria empresa”, reforça o diretor da Norral Contabilidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *