Outubro Rosa: prevenção, diagnóstico precoce e o papel das políticas públicas
A campanha ganha força em 2025, com novas metas nacionais e projetos locais que reforçam o cuidado com a saúde da mulher — entre eles, propostas apresentadas pela ex-vereadora Adriana Ramalho em São Paulo
O mês de outubro chega com uma cor emblemática e um alerta que salva vidas. O Outubro Rosa é mais do que uma campanha: é um chamado global à conscientização sobre o câncer de mama, à importância do diagnóstico precoce e ao acesso igualitário a exames e tratamentos. No Brasil, a doença continua sendo a principal causa de morte por câncer entre mulheres — e a articulação entre políticas públicas e ações locais têm se mostrado essencial para mudar essa realidade.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país deve registrar 73.610novos casos de câncer de mama em 2025, com mais de 20 mil óbitos pela doença em 2023. Apesar dos avanços em rastreamento e tratamento, a taxa de mortalidade segue elevada, sobretudo entre mulheres em situação de vulnerabilidade social, com menor acesso a exames preventivos e atendimento especializado.
A importância do diagnóstico precoce
Detectar o câncer de mama em estágio inicial pode elevar as chances de cura para mais de 90% dos casos. A mamografia — exame oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) — é o principal instrumento de rastreamento.
Em 2024, foram realizadas 4,4 milhões de mamografias no país, sendo 2,6 milhões em mulheres na faixa etária prioritária (50 a 74 anos). Ainda assim, o INCA alerta que o diagnóstico tardio continua sendo um desafio, especialmente nas regiões Norte e Nordeste e em áreas periféricas de grandes centros urbanos.
Além das políticas nacionais, iniciativas municipais e estaduais desempenham papel fundamental para ampliar a cobertura e garantir o acompanhamento das pacientes. Em São Paulo, campanhas como o programa “Mulheres de Peito”, que oferece exames gratuitos sem necessidade de pedido médico, têm contribuído para reduzir desigualdades no acesso.
Adriana Ramalho: ações e propostas voltadas à saúde da mulher
Durante seu mandato como vereadora de São Paulo (2017–2020), Adriana Ramalho apresentou dezenas deprojetos de leis, com destaque para proposições relacionadas à promoção da saúde, qualidade do atendimento e valorização dos profissionais da rede pública.
Entre suas iniciativas, duas chamam atenção pela conexão com políticas de cuidado e prevenção:
– Grupos de Promoção à Saúde que propôs a criação de grupos permanentes de promoção à saúde no âmbito da Estratégia Saúde da Família, com foco em atividades educativas, de acolhimento e de prevenção, aproximando a comunidade das Unidades Básicas de Saúde e incentivar hábitos de cuidado contínuo — base essencial para campanhas como o Outubro Rosa.
– Espaços de descanso para profissionais da saúde que garante condições adequadas de descanso aos profissionais de enfermagem na rede municipal. A proposta reconhece a importância do bem-estar dos trabalhadores da saúde, cuja atuação é decisiva nos programas de rastreamento e no atendimento de mulheres diagnosticadas com câncer de mama.
Ao longo do mandato, Adriana Ramalho também participou de ações comunitárias e campanhas educativas voltadas à saúde feminina, ao empoderamento e à proteção social, reforçando a necessidade de políticas públicas que ultrapassem o mês de outubro e integrem o cuidado da mulher durante todo o ano.
“A conscientização é o primeiro passo, mas o poder público precisa garantir estrutura, exames, acolhimento e informação. O Outubro Rosa deve inspirar uma agenda permanente de saúde da mulher”, afirma Adriana Ramalho.
O panorama em 2025
Em 2025, o Ministério da Saúde e o INCA lançaram novas metas para o fortalecimento da rede de oncologia, com previsão de expansão das carretas da Saúde da Mulher, aquisição de aceleradores lineares e integração de dados regionais para reduzir o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.
Especialistas reforçam que a combinação entre políticas federais e ações municipais é a fórmula mais eficaz para reduzir a mortalidade e humanizar o atendimento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, com medidas adequadas de rastreamento e tratamento precoce, seria possível evitar cerca de 30% das mortes por câncer de mama no mundo.
Desafios e caminhos
Apesar dos avanços, ainda há barreiras importantes:
· Acesso desigual aos exames em regiões periféricas e áreas rurais.
· Filas e demora para a realização de biópsias e início do tratamento.
· Falta de campanhas educativas contínuas, especialmente nas escolas e unidades básicas.
· Baixa adesão a exames por desinformação, medo ou tabus.
Outubro Rosa: uma agenda que precisa durar o ano todo
Mais do que iluminar prédios e distribuir laços, o Outubro Rosa convida a sociedade a repensar políticas, priorizar a prevenção e colocar a mulher no centro das decisões de saúde pública.
“Investir na saúde da mulher é investir no futuro. Cada mamografia realizada, cada palestra, cada grupo de apoio representa uma vida salva e uma história preservada”, reforça Ramalho.
Adriana Ramalho – Bacharel em Direito, é política (vereadora em SP 2016/2020), ativista social e palestrante sobre combate a violência doméstica, alienação parental, empreendedorismo feminino, e saúde mental.
Fonte AL9 Comunicação
Fontes e Referências
· Instituto Nacional do Câncer (INCA) — Controle do câncer de mama no Brasil: Dados e Números 2025
· Ministério da Saúde — Relatório de rastreamento e tratamento oncológico 2024–2025
· Câmara Municipal de São Paulo — Projetos de Lei nº 474/2019 e nº 274/2017, autoria: Adriana Ramalho
· Programa Estadual “Mulheres de Peito” — Governo do Estado de São Paulo
· Organização Mundial da Saúde (OMS) — Global Breast Cancer Initiative Report 2023
· Entrevista com Adriana Ramalho — Programa “Vossa Excelência, a Memória”, março de 2025