Movimento Reinventando Futuros faz reflexão sobre economia circular no Dia Mundial da Reciclagem
Depois de imersão em outros países, líderes do movimento trazem perspectivas sobre o impacto dos resíduos no Brasil
No dia 17 de maio celebra-se o Dia Mundial da Reciclagem, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Esta data tem como objetivo incentivar a reflexão sobre a importância do descarte correto dos itens de consumo, destacando a necessidade urgente de práticas sustentáveis para a gestão de resíduos.
Neste âmbito, a Economia Circular entra como um dos importantes fenômenos multiplicadores de práticas para impactar o Brasil positivamente e diminuir a produção de lixo. “O WCEF 2024 em Bruxelas foi um marco significativo para impulsionar a transição para uma economia circular global. Como embaixadora do Movimento Reinventando Futuros (MRF), tive a honra de participar como uma das lideranças nordestinas presentes neste evento. Fica evidente que nesse novo modelo econômico pessoas são o centro das discussões e desempenham um papel fundamental na transformação”, explica Lídice Berman, Líder do MRF.
De acordo com dados divulgados no relatório Global Waste Management Outlook 2024, caso não haja mudança nos padrões de produção, consumo e descarte de materiais, a geração de resíduos sólidos domiciliar no mundo deve crescer 80% até 2050, passando de 2,1 bilhões de toneladas ao ano para 3,8 bilhões. Dentro deste contexto, a Embaixadora do Instituto Lixo Zero na Bahia e Gerenciadora de Resíduos, Leonice Silva, revela que todos os dias está encarando uma montanha de resíduos. “Diariamente a gente está sendo confrontado com a realidade que o pessoal ainda não tem essa consciência ambiental, ainda não atingiu, parece estar alheio aos impactos das ações”. explica a embaixadora do projeto que convive diariamente com essa realidade de manuseio e reciclagem de resíduos.
Leonice se impressiona que mesmo diante de tantas tragédias acontecendo, as pessoas seguem sem pensar nas consequências e acredita que a solução está na educação. “A gente está engajando alguns jovens, engajando as escolas, estamos mexendo na educação para que essas próximas gerações cresçam com essa consciência, né?”, conta. A gerente de resíduos ainda ressalta que a reciclagem na economia circular é uma peça-chave e ganha apoio da liderança na área de comunicação do Movimento Reinventando Futuros Priscila Oliveira. “É sempre fundamental destacar também a importância das cooperativas e dos catadores no mundo da reciclagem, e o papel crucial que desempenham entre o descarte, reaproveitamento e transformação de resíduos em recursos, para a construção de um futuro benéfico para todos. Ainda existe uma grande lacuna quando falamos sobre economia circular dentro da nossa realidade aqui no Brasil na implementação de iniciativas voltadas para a categoria dos catadores”, explica Priscila.
Estima-se que a reciclagem adequada pode reduzir significativamente os impactos negativos, promovendo um futuro mais limpo e sustentável para as próximas gerações. Priscila Oliveira cita a Lei de Incentivo à Reciclagem, – que poderá ser publicada em junho e prevê incentivos por meio de renúncia fiscal – como um mecanismo de grande importância para criação de projetos estruturais e de fortalecimento das cooperativas. “É fundamental abrirmos caminhos empáticos e inclusivos para essa categoria por meio de diálogos, pesquisas e estudos, formação e capacitação para aumento da valorização e capacidade de gestão das cooperativas, fortalecimento das lideranças e claro, trabalho digno para todos os catadores e catadoras do nosso país”, conclui Priscila Oliveira, do MRF.
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