Ministra Macaé Evaristo lança programa nacional no IFMG e reforça protagonismo da pessoa idosa
Com a presença de autoridades e lideranças locais, Campus Ponte Nova sediou o lançamento do “Envelhecer nos Territórios”, iniciativa do Governo Federal que promove a proteção dos direitos da pessoa idosa em municípios com alta vulnerabilidade social.
O Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) recebeu nesta quinta-feira, 7 de agosto, a visita da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e do secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, para o lançamento do programa “Envelhecer nos Territórios” no âmbito do IFMG. Realizado na quadra poliesportiva do Campus Ponte Nova, o evento marcou um momento histórico para a instituição e para a articulação de políticas públicas voltadas ao envelhecimento digno, especialmente nas regiões de maior vulnerabilidade social. Em Minas Gerais, o IFMG Campus Ponte Nova é responsável pela execução do projeto nos municípios de Diogo de Vasconcelos, Amparo do Serra, Barra Longa e Santa Cruz do Escalvado.
A solenidade reuniu autoridades políticas, lideranças locais, representantes da sociedade civil e membros da comunidade acadêmica, entre eles: a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo; o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva; o deputado estadual Leleco Pimentel; o reitor do IFMG, Rafael Bastos; a representante da Pró-reitoria de Extensão do IFMG, Marie Luce Tavares; o diretor-geral do Campus Ponte Nova, Luciano Espiridião; o prefeito de Ponte Nova, Milton Júnior; o prefeito de Amparo do Serra, José Eduardo Couto; o vice-prefeito de Barra Longa, Calebe Soares; e a coordenadora local do programa, Cássia Fernandes, além de gestores dos municípios atendidos.
A programação contou com falas institucionais, a execução do Hino Nacional interpretado pela ex-aluna do curso técnico integrado em Administração, Cibely Lima, e apresentações de dança e canto do grupo de idosos de Ponte Nova “Irmandade Banto – Grupo Ganga Zumba”.
Durante o evento, a ministra Macaé Evaristo ressaltou a importância da atuação articulada entre entre governo federal, instituições de ensino e municípios para garantir os direitos da pessoa idosa. “Este é um momento de reafirmação de compromissos. Estão aqui presentes agentes públicos, conselheiros, parlamentares, lideranças da sociedade civil, autoridades locais e nacionais. E cada presença aqui simboliza a união de esforços em torno de uma causa essencial: assegurar o direito de todas as pessoas a envelhecer com dignidade, segurança e cidadania”, destacou a ministra ao citar que o Brasil caminha para a inversão de sua pirâmide etária, tendo atualmente 35 milhões de idosos, sendo 3,6 milhões em Minas Gerais.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, reforçou que o programa já está presente em 12 estados brasileiros e é uma ferramenta essencial no enfrentamento às desigualdades e violação de direitos entre a população idosa mais vulnerável.”O Envelhecer nos Territórios diz respeito à criação dos agentes de direitos humanos, que vão orientar as pessoas mais velhas quanto aos seus direitos e como exercê-los plenamente para viverem sua cidadania”, explicou. Para ele, a proposta representa uma mudança concreta na forma de promover políticas públicas. “Ao atuar diretamente nos territórios, identificamos violações e construímos pontes para garantir dignidade e autonomia às pessoas idosas”, completou da Silva.
Compromisso com o envelhecimento digno
Coordenado pela Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI), o programa “Envelhecer nos Territórios” é uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) que visa promover o envelhecimento digno e assegurar os direitos humanos da população idosa em todo o país.
Em Ponte Nova, o programa é coordenado pela professora Cássia do Carmo Pires Fernandes e prevê a formação de agentes de Direitos Humanos da Pessoa Idosa, visando realizar quase 5.000 visitas domiciliares até março de 2026. As ações focam na identificação de violações de direitos, no mapeamento das condições de vida da população idosa e no fortalecimento das redes de apoio por meio da criação ou consolidação de arranjos institucionais. “É o Estado presente na vida dessas pessoas. Até o momento, já visitamos mais de 3.100 pessoas nas áreas urbanas e rurais dos locais atendidos pelo programa. Agora partimos para a 2ª etapa do projeto que é a identificação das violações e dos problemas enfrentados por eles. O objetivo é envelhecer com dignidade e ter os direitos garantidos”, reforçou.
O reitor do IFMG, Rafael Bastos, ressaltou a importância de a instituição participar de iniciativas que dialoguem com os desafios sociais dos territórios onde atua. Segundo ele, o envolvimento no programa reafirma o compromisso com uma educação cidadã e transformadora. “O IFMG é uma instituição pública que entende seu papel para além da formação técnica e acadêmica. Participar do ‘Envelhecer nos Territórios’ é reafirmar nosso compromisso com a justiça social, a inclusão e o fortalecimento de políticas públicas que promovem dignidade e respeito às pessoas idosas em situação de vulnerabilidade”, afirmou o reitor ao ressaltar que dignidade e autonomia são fundamentais para um bom envelhecimento..
Vozes da sabedoria
A comunidade atendida também esteve presente na solenidade. Carmem Castro, de 70 anos, moradora de Amparo do Serra, contou que já recebeu uma visita do programa e aprovou a iniciativa. “Será bom para os idosos”, afirmou. Na comunidade quilombola de Barra Longa, a expectativa também é positiva. Terezinha Cardoso, de 95 anos, disse estar animada com a proposta: “Estou participando e estou gostando. Ainda não recebi a visita, mas o programa será bom”, disse ela.
Viviana Freitas, 33 anos, moradora de Diogo de Vasconcelos, atua como agente do programa e tem participado das visitas aos idosos. Ela conta que o acolhimento tem acontecido de forma gradual. “No início, alguns idosos estavam desconfiados, mas, à medida que explicamos o projeto e sua importância, conseguimos conquistar a confiança deles”, relata. Para ela, a iniciativa tem um papel fundamental ao dar visibilidade a uma população que, segundo ela, “nunca foi lembrada dessa forma”. Ela espera que o projeto avance e se consolide nas comunidades atendidas. “Eles são a raiz. A gente tem que cuidar, ao resumir o sentimento que tem guiado o seu trabalho.
Formação e atuação em campo
A formação teórica dos agentes foi realizada entre os dias 22 de março e 12 de abril de 2025, com aulas ministradas pelo professor André Mendonça e palestras conduzidas por especialistas convidados. O conteúdo abordou temas como: envelhecimento ativo, superendividamento e a construção histórica da velhice no Brasil. Os encontros presenciais reuniram 35 cursistas, em sua maioria mulheres, representando os quatro municípios atendidos pelo programa.
O primeiro encontro formativo, realizado no Campus Ponte Nova, contou com rodas de conversa, dinâmicas de educação popular e reflexões sobre a realidade social vivida pelos idosos nas comunidades. Na etapa atual, os agentes estiveram em campo, acompanhados pelas supervisoras Ana Karina Reis (Diogo de Vasconcelos), Cristina Aguiar (Barra Longa), Débora Brumano (Santa Cruz do Escalvado) e Débora Martins (Amparo do Serra).
Atuação integrada e impacto regional
A participação do IFMG no programa “Envelhecer nos Territórios” evidencia o papel estratégico da instituição no combate às desigualdades sociais e na promoção dos direitos humanos nos territórios onde atua. O campus já desenvolve outros projetos de extensão voltados à temática do envelhecimento e integra a Rede Mineira de Apoio à Pessoa Idosa (Rapi).
Sobre o Programa
Instituído pela Portaria nº 561, de 4 de setembro de 2023, o programa “Envelhecer nos Territórios” está sendo implementado em 43 cidades brasileiras e a previsão é que até o final de 2025, o programa esteja presente em 58 municípios. Em Minas Gerais, cinco cidades foram selecionadas com base em indicadores de vulnerabilidade social: Diogo de Vasconcelos, Amparo do Serra, Barra Longa, Santa Cruz do Escalvado e Almenara, sendo os quatro primeiros de responsabilidade do Campus Ponte Nova.