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Maternidade solo é tema do espetáculo “Colapso: Uma tragicomédia materna”, que estreia no Teatro Sesc Palladium

Baseado em experiências reais, o solo da atriz e palhaça Raissa Guimarães, dirigido por Rhena de Faria (SP), traz para a cena, com humor ácido, poesia e militância, seis histórias sobre os desafios cotidianos da maternidade, vivida em total solidão.

No dia 30 de agosto, sábado, estreia “Colapso: Uma tragicomédia materna”. Com atuação da atriz e palhaça Raissa Guimarães, a peça é inspirada em histórias reais sobre maternidade solo, vividas por diferentes mulheres, inclusive pela artista e sua mãe. A direção é da paulistana Rhena de Faria (peça “Bagagem”, Prêmio Risadaria/SP). O espetáculo faz curta temporada na capital mineira: nos dias 30 e 31 de agosto, sábado, às 19h, e domingo, às 18h, no Teatro de Bolso do Sesc Palladium, com ingressos à venda a R$20 e R$10 (meia), na bilheteria do Teatro ou pelo Sympla. Depois a peça segue para o Teatro Francisco Nunes com apresentações nos dias 5 de setembro, sexta, às 20h e, no dia 6 de setembro, sábado, em duas sessões: 16h (sessão materna voltada para puérperas) e às 19h. A retirada de ingresso é gratuita pela plataforma Sympla. 

Além da temporada, a artista irá oferecer, gratuitamente, oficinas de Palhaçaria e Comicidade Física, nos dias 13, 14 e 20 de setembro, nos Centros Culturais Vila Rita e Alto Vera Cruz e ainda uma roda de conversa sobre feminismo e maternidade, no dia 27 de setembro, na Zap 18. Mais informações: @colapsoespetaculo. Este projeto 0098/2024 é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. 

Em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que existem, no Brasil, mais de 11 milhões de mães solo – termo usado para se referir a mulheres que são as únicas responsáveis pela criação e educação dos filhos. “Desde que o mundo é mundo, a maternidade solo, nos moldes em que ocorre, define a desigualdade entre os gêneros. E deve ser vista como uma questão eminentemente política. Encará-la como uma experiência individual é diminuir, em larga escala, uma chaga sócio-política que tem impactos profundos (às vezes irreversíveis) na vida de uma mulher. Acredito que essa pauta deveria ter, inclusive, mais atenção da luta feminista”, diz a atriz, palhaça, graduada em Artes Cênicas e Filosofia (UFMG) e Mestre em Máscaras teatrais (Unicamp), Raissa Guimarães, que atualmente é associada ao Doutores da Alegria (SP) e fundadora da Cia Dois Palitos.

Raissa e a mãe Vânia de Souza vivenciaram a maternidade de forma semelhante: ambas foram mães solo. Partilharam dores e indignação, o que despertou na artista o desejo de levar a discussão para a cena, em 2023, de forma militante. “Com o passar dos anos, fui observando outras mães, refletindo sobre as tantas ‘mães solo’ que se fazem e se fizeram presentes na minha vida e fui percebendo que independentemente das diferenças de geração, raça e contextos socioeconômicos, os desafios e dificuldades eram muito semelhantes. E, por isso, é interessante que o público pense: ‘essa história, poderia ser minha também’. Quão absurda e inóspita é essa sociedade capitalista que, desde os primórdios, fomenta essa cruel ‘genética das mães solo’ passada de geração em geração”, diz.

Para a direção, a atriz Raissa Guimarães convida a parceira Rehna de Faria, com quem divide a dramaturgia. Integrante do espetáculo “Jogando no Quintal” – vanguarda que alcançou enorme sucesso de público em São Paulo, na primeira década dos anos 2.000 -, a palhaça e atriz-improvisadora Rhena de Faria, que já se apresentou em sete países, vem dirigindo, desde 2009, atores-improvisadores, artistas circenses e espetáculos de palhaçaria, entre eles, “Bagagem”- solo do ator Marcio Ballas (Prêmio Risadaria, SP). Nos últimos anos, Rhena tem se dedicado à comicidade feminina.”Temos afinidade e conexão como mulher e artista, talvez por sermos ambas palhaças e pesquisadoras dessa linguagem teatral tão irresistível, mas também, creio eu, por partilharmos das ‘mesmas loucuras’ “, comenta Raissa. 

Cena e espectador

Diante de uma realidade cruel e imprevisível, o público é convidado a um mergulho nas muitas situações e desafios cotidianos vivenciados por essas mulheres à beira de um colapso. Para a diretora e dramaturga, Rhena de Faria, é importante que o texto ofereça boas imagens para que a plateia possa visualizar e imaginar as situações narradas pela atriz. “Também não pode ser um texto que subestime a plateia e que dê ao público a oportunidade de completá-lo a partir de sua própria compreensão e experiência. Acho que o processo resultou num espetáculo bem divertido, de caráter popular, absolutamente tragicômico e que abre, de maneira leve e amorosa, um espaço para a reflexão acerca do importante tema da maternidade solo”, comenta a diretora.

Entre narrativas reais da própria atriz, improvisos e distorções, o que se apresenta é um instigante jogo de realidade e ficção que conduz as personagens à iminente perda de controle. Uma peça de humor ácido que mescla riso, poesia, drama e crítica, tendo o público como cúmplice e coautor dessa encenação absurdamente real.

Logo no início, a atriz pactua com o público: “quando soar a sirene”, significa que o microfone, posicionado na plateia, estará aberto para que as mulheres mães presentes possam se manifestar. “É uma forma das mães terem voz, poderem se expressar livremente sobre o que sentem, sobre o que passam, já que, ao meu ver, normalmente, nós mulheres não somos ouvidas”, diz Raissa.

O cenário de Gustavo Campos – um cabideiro, uma mesa e uma cadeira – e a iluminação Márcia Neves, ambos com acento minimalista, criam uma relação, ao mesmo tempo, direta e íntima com o espectador. A trilha sonora autoral, de autoria de Ernani Sanchez, traz o rock pesado como proposta sonora dominante, influenciando também a estética do figurino de Christiane Galvan, cujos coturno e macacão vestidos pela atriz, lembram a atitude e o tom combativo do punk.  “A rebeldia, a loucura, a agressividade. O punk rock dá o tom do espetáculo e foi utilizado como provocador em diversas improvisações, durante o processo de criação. O resultado é uma mãe solo ‘sem papas na língua’, que grita, que se expressa, que faz, que corre, que resiste, que enlouquece e que convida para a luta”, explica Raissa.

Ficha Técnica: 

Idealização e coordenação: Raissa Guimarães; Direção: Rhena de Faria; Elenco: Raissa Guimarães; Dramaturgia: Raissa Guimarães e Rhena de Faria; Gestão e produção executiva: Bruna Toledo; Assistente de produção: Luciana Brandão; Assistente de produção local: Sandro Fontes; Assessoria de imprensa e mídia: Rizoma Comunicação & Arte. Cenografia: Gustavo Campos; Figurino: Christiane Galvan; Iluminação: Márcia Neves; Trilha sonora: Ernani Sanchez 

Designer (Identidade gráfica): Mohara Villaça; Fotógrafa: Lina Mintz; Registro de foto e vídeo para mídia: Marlon de Paula; Registro audiovisual: Pedro Lanna e Clério Dornell; Técnico de som: Sandro Fontes; Técnica de luz: Márcia Neves; Intérprete de libras: Jane Silva e Aparecida Gabriela 

SERVIÇO

Apresentações espetáculo “Colapso, uma tragicomédia materna”

30 e 31 de agosto – sábado – 19h e domingo – 18h

Local: Teatro de Bolso – Sesc Palladium com ingressos a R$20 e R$10 pelo Sympla

05 de setembro, sexta – 20h (com bate-papo após apresentação)

06 de setembro, sábado, com duas sessões: 16h (Sessão materna voltada à mulheres puérperas) e 19h

Local: Teatro Francisco Nunes – com retirada gratuita de ingresso no Sympla.

Rodas de Conversa (gratuitas)

27 de setembro, sábado – 16h 

Local: Zap 18, com transmissão ao vivo (Rua João Donato, 18)

Oficinas de Palhaçaria e Comicidade Física (gratuita) 

Centro Cultural Vera Cruz

13 e 14 de setembro, sábado e domingo – 10h às 12h

Alto, R. Padre Júlio Maria, 1577 – Alto – Vera Cruz (auditório)

Centro Cultural Santa Rita

20 de setembro, sábado – 13h às 19h

R. Ana Rafael dos Santos, 149 – Vila Santa Rita, Belo Horizonte

Inscrições gratuitas de 01 a 08/09, 

via preenchimento de formulário disponível no link da bio

+Info.: @colapsoespetaculo

MINIBIOS

Rhena de Faria – Diretora de “Colapso – Uma Tragicomédia Materna” Rhena de Faria é palhaça, atriz-improvisadora e diretora teatral. Integrou o elenco do espetáculo “Jogando no Quintal”, vanguarda que alcançou um enorme sucesso de público em São Paulo na primeira década dos anos 2.000. Como palhaça e atriz-improvisadora apresentou-se no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Portugal e Espanha. Desde 2009 vem dirigindo atores-improvisadores, artistas circenses e espetáculos de palhaçaria. Dirigiu “Bagagem”, solo do ator Marcio Ballas, vencedor do PRÊMIO RISADARIA,em São Paulo. Dirigiu espetáculos de ícones da palhaçaria feminina, como: “Mortes Ardentes, Paixões Enterradas”, com Silvia Leblon e Adelvane Neia; “Escalafobética”, espetáculo musical de Lu Lopes e “Sobre Tomates,Tamancos e Tesouras”, solo de Andrea Macera. “Colapso – Uma tragicomédia Materna” é sua segunda parceria com a atriz Raissa Guimarães. Ela também dirigiu Raissa Guimarães no espetáculo “Uma Faísca no Fim dos Tempos”, finalizado para vídeo e apresentado online durante a pandemia.

Raissa Guimarães

Natural de Belo Horizonte, é atriz, palhaça, diretora, preparadora corporal, artista circense, pesquisadora e educadora, possui 23 anos de experiência em teatro. Mestre na linguagem de máscaras teatrais (UNICAMP- 2017/2019) e Bacharel em artes cênicas com formação complementar em filosofia (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG 2008/2013). É associada da Doutores da Alegria na qual trabalhou como atriz e palhaça (elenco de SP – 2018 à 2024). Trabalhou 8 anos em parceria com o grupo Barracão Teatro (Campinas, SP), fazendo parte de dois de seus espetáculos. Formou-se na ESLIPA (Escola Livre de Palhaços do RJ) em 2017. É fundadora e membro da companhia de circo Cia Dois Palito há 8 anos com a qual já foi contemplada em 6 prêmios de Incentivo à Cultura (SP e MG). Atuou no Instituto HAHAHA como palhaça do elenco por 1 ano atuando em hospitais de BH como palhaça. Fez estágio docente com o Grupo Galpão (2011). É educadora de circo no Arena da Cultura. É professora de teatro no colégio Magnum Agostiniano e foi professora de circo na Brava Circo. É contadora de estórias há 11 anos formada pelo programa Letras e Textos em Ação do curso de letras da UFMG. Foi professora de circo na escola Il Sole e no Parque Escola (2023 Santo André, SP). Foi professora de corpo e movimento por um ano na escola ES.CO.LA espaço de convivência e lazer (2014 Campinas, SP) atendendo às crianças da primeira infância 2015. Foi professora de Teatro na escola municipal Humberto de Souza Mello por dois anos pelo programa MAIS EDUCAÇÃO, 2015. Cursou dois cursos de teatro na cidade de Belo Horizonte (CEFAR e NET) durante 2 e 2 anos e meio respectivamente. Fez, por 1 ano, parte do Núcleo de Criação no Galpão CineHorto (2011) e cursou, durante 4 anos a Companhia de Teatro Escola de Arte (BH/MG).  Possui habilidades de circo, dança, canto e música.

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