Inflação na Argentina atinge maior marca em 30 anos
Recentemente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou uma alta inflacionária de 1,06% no mês de Abril. Os produtos continuam subindo e o poder de compra dos brasileiros, diminuindo. Se no Brasil essas estatísticas são preocupantes para os consumidores, a situação na Argentina apresenta-se ainda pior.
Nessa quinta-feira (12), o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) registrou uma alta de 6% na inflação do país no mês de Abril. Assim, a Argentina agora chegou a marca de 58% na inflação interanual. Esse é o maior índice inflacionário atingido desde Janeiro de 1992, quando Carlos Menem governava; época em que o país estava saindo de uma hiperinflação.
A dimensão desse avanço inflacionário é destacado quando consideramos o índice de 2020, que totalizou 36,1%, cerca de 21,9% a menos em relação a este ano.
O governo atual da Argentina havia projetado um acumulo de 33% na inflação interanual de 2022. Analistas do Banco Central, porém, indicaram que a inflação poderá chegar a 65,1% até o final do ano, além de estipularem a marca de 50,5% em 2023.
Os setores que mais sofreram com os aumentos de preço em Abril foram os de vestuários e calçados (9,9%), restaurantes (7,3%) e serviços de saúde (6,4%). Setores como comunicação, bebidas alcoólicas e tabaco não foram tão afetados, aumentando uma média de 3%. O valor da cesta básica aumentou em 7%.
Para piorar, nos últimos dias diversos protestos estão sendo realizados contra o atual governo por conta da situação econômica do país, onde o povo exige que o devido suporte seja prestado à população. Mais de 4 milhões de argentinos precisam de auxílio estatal para poder comer em face aos preços exacerbados dos alimentos e a baixa renda dos trabalhadores.
A inflação na Argentina vem sendo um problema de décadas no país. Junto a esse histórico, os últimos dois anos não foram nada gentis com nenhum lugar do mundo. Tanto a pandemia do Coronavírus quanto a recente guerra da Rússia e Ucrânia vêm abalando as estruturas econômicas de diversas regiões, e com a Argentina não seria diferente.