Glicemia sob controle: O papel da atividade física no combate ao diabetes
Em um cenário de crescente prevalência de Diabetes Mellitus, especialmente o Tipo 2, ligado ao estilo de vida, a busca por estratégias de manejo eficazes é urgente. No Dia Mundial do Combate ao Diabetes, o foco se volta à ciência do movimento, onde o exercício físico é reconhecido como um dos pilares mais importantes, atuando de forma direta no controle da glicemia e na melhoria da saúde metabólica geral.
Segundo o médico do esporte, Dr. Abaeté Neto, a atividade física é um poderoso agente farmacológico no tratamento do diabetes. O principal benefício está na capacidade do exercício de aumentar a captação de glicose pelo músculo, reduzindo o açúcar no sangue. Esse efeito é similar ao da insulina, pois o músculo em atividade utiliza a glicose como combustível, melhorando a sensibilidade à insulina e, consequentemente, diminuindo a resistência.
O impacto do exercício vai além da redução imediata da glicemia. O treinamento de força e o aeróbico, quando combinados, ajudam a preservar a massa muscular, um tecido fundamental que funciona como o principal “reservatório” de glicose do corpo. Dr. Abaeté Neto orienta que a regularidade é a chave e alerta para os cuidados essenciais:
“Para quem convive com o diabetes, a atividade física não é opcional, é tratamento. No entanto, o cuidado deve ser redobrado. É fundamental nunca treinar em jejum total e monitorar a glicemia antes e depois. Uma regra simples é ter atenção redobrada: se a glicemia estiver muito baixa (risco de hipoglicemia) ou muito alta (risco de cetoacidose), adie o treino. A segurança vem antes da performance.”
A recomendação para adultos com DM2 é buscar um mínimo de 150 minutos semanais de atividade aeróbica de intensidade moderada e incluir o treinamento de resistência (musculação) pelo menos três vezes por semana. Essa abordagem multifatorial, unindo exercício, alimentação e acompanhamento médico, é a garantia de um controle glicêmico eficaz, reduzindo os riscos de complicações cardiovasculares e garantindo uma melhor qualidade de vida.

