“Giro: Sons que Conectam” convida a funkeira Mac Julia
Evento acontece no dia 31 de agosto, na Lagoa Morro Alto, em Vespasiano, e recebe também a banda Truck do Desejo e a multiartista Samara Marques, a programação acontece junto a Parada LGBTQIAPN+ de Vespasiano.
A programação é gratuita.
O próximo “Giro: Sons que Conectam” promete ser palco de uma programação potente e democrática. No dia 31 de agosto, domingo, na Lagoa Morro Alto, em Vespasiano (MG), o projeto convida a funkeira Mac Julia, conhecida por cantar o “proibidão”, estilo de funk carioca surgido na década de 1990, aplaudido na voz de homens e criticado quando cantado por mulheres, mas que Julia conduz com muita força e personalidade. A programação também traz o humor e irreverência da banda Truck do Desejo, com o seu groove e músicas populares brasileiras compostas por pessoas LBPT+; e a multiartista Samara Marques, com sua performance particular, que envolve o Neo Soul, Hip Hop e R&B. Uma novidade desta edição é que “Giro” acontecerá junto à programação da Parada LGBTQIAPN+ de Vespasiano. Os shows terão início a partir das 14h. A entrada é gratuita, sem a necessidade da retirada de ingressos.
O Giro é um festival itinerante que promove uma mentoria sobre produção cultural com participantes de todas as regionais de Belo Horizonte e de cidades metropolitanas. Sempre no último domingo do mês, acontece um encontro musical, com a realização de três shows gratuitos, produzidos, de ponta a ponta, pelos alunos do projeto. Este projeto é realizado pelo Instituto Odeon, com patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo – Governo de Minas Gerais.
GIRO – PROGRAMAÇÃO DE AGOSTO
Mac Julia – No auge de seus 25 anos e pouco mais de seis de carreira, Julia é uma das referências femininas na música, ao lado de Mc Luanna, Ajulia Costa, Tasha & Tracie, N.I.N.A e tantas outras. Natural de Betim (MG), a artista descobriu o amor e a vocação pela música por meio do rap ainda na adolescência. Frequentadora de batalhas de rima, começou a cantar em bares de sua cidade natal aos 17 anos, alimentando assim o sonho de viver da música.
Mulher periférica, mãe solo e cantora, uma funkeira que canta proibidão – estilo de funk carioca surgido na década de 1990 -, ritmo aplaudido na voz de homens e criticado quando cantado na voz de uma mulher, Mac Julia diz sentir o machismo na pele, mas aprendeu ao longo da carreira a não se intimidar com esses comentários. “Minha personalidade artística de mulher selvagem nasceu junto com minha gravidez. Entendi que sou uma mulher que tem libido, que fala sobre sexo, vontade e sonhos sem medo de ser julgada. Quero falar de putaria, assunto tabu para as mulheres, mas não para os homens, que ganham muito dinheiro com isso.”
Ao engravidar aos 19 anos, Mac Julia sentiu a pressão das imposições sociais para ser uma mãe solo e jovem. “Engravidei muito cedo, mesmo antes de ter qualquer música estourada. A sociedade coloca a gente em uma posição de desistência dos nossos. Nesse período, ouvi que agora que tenho filho, tudo acabou. Não poderia ir para batalhas e cantar em barzinhos. Fiz tudo bem desesperada até o final da minha gravidez, pensando que não conseguiria fazer depois.” Como forma de provar o contrário aos críticos de suas escolhas e com o objetivo de ver seus sonhos se concretizarem, trabalhando em um shopping e sendo mãe, Julia dedicou-se ao lançamento de seu primeiro disco “Suasória” (2018).
Seu trabalho é feito de modo independente e para conciliar o início da carreira com a maternidade, Julia mudou-se para Belo Horizonte. Os anos de glória ainda demoraram a chegar, mas ela revela que cada semente plantada no passado vem gerando resultados nos dias de hoje, com uma ascensão de seu nome na cena do funk e do trap. “Fui abraçada pelo pessoal do funk, que me enxergou e me convidou para cantar. Hoje em dia, quem domina as minhas playlists, sem sombra de dúvidas, é o funk de BH”, explica Mac Julia.
Banda Truck do Desejo – A banda nasceu junto com o bloco de Carnaval homônimo, em 2018. Com humor, irreverência e muito groove, o repertório destaca músicas populares brasileiras compostas por pessoas LBPT+, com arranjos que exploram diversos ritmos presentes no Carnaval.
A banda lançou em 2024 seu primeiro single, o Hino Truck do Desejo, e já se apresentou ao lado de artistas como Letrux, Melly, Doralyce, Letícia Fialho, A Dama do Pagode e Aíla. Em sua formação, artistas de trajetória relevante: Débora Ventura e Fernanda Branco Polse na voz, Verônica Zanella na guitarra e direção musical, Larissa Horta no baixo, Maria Mônica no teclado, Isabella Figueira na bateria, Dani Milena e Andrezza Cajá na percussão e GANA na dança.
Samara Marques – Multiartista com foco nas áreas de música, dança e designer de moda, é natural de Pedro Leopoldo (MG) e descobriu sua paixão e talento para as artes ainda na infância e adolescência, com a realização de performances musicais e teatrais durante o ensino médio. Após sua formação em Artes Livres pelo Programa Valores de Minas, onde teve a oportunidade de me conectar com jovens artistas de Belo Horizonte, iniciou a sua trajetória na composição e criação autoral com a música “Santo Grau”, com a qual participou do espetáculo “Albatroz”, em 2016. Atualmente, utiliza suas composições como uma forma de buscar compreensão e aprofundar suas experiências, buscando tocar o público com uma mensagem rica e profunda, que pode ser de amor, luta, alegria ou dor.
Giro: Sons que Conectam
Realizado pelo Instituto Odeon, o projeto “Giro: Sons que Conectam” é um festival itinerante que conta com uma mentoria sobre produção cultural e curadoria, voltada a participantes de todas as regionais de Belo Horizonte e de cidades metropolitanas. Os alunos selecionados participaram de módulos de ensino, com encontros online e presenciais, que envolvem a curadoria para um evento, o planejamento e produção, a gestão e prestação de contas e a formação prática. Os módulos são ministrados pelo artista Matéria Prima, curador do Giro, pelos produtores do projeto Karu Torres e Tiago Sgarbi e por Alexa Oliveira, gestora do Instituto Odeon. Já no módulo prático, cada jovem acompanha a montagem e execução do projeto em sua região.
Sobre o Instituto Odeon
O Instituto Odeon é uma Organização Social que atua na gestão artística e cultural em diversas cidades do Brasil há mais de 25 anos, criando, desenvolvendo, implementando e administrando projetos que promovem cultura, cidadania e desenvolvimento socioeducacional. Uma instituição que acredita na arte como patrimônio vivo e acessível, na preservação da memória para estabelecer vínculos e pensamento crítico, além do impacto da cultura na economia. O Instituto Odeon trabalha com criatividade, coragem e excelência para influenciar positivamente as cidades e suas populações. Em março de 2013, foi responsável pela inauguração do Museu de Arte do Rio. Atualmente, é gestor do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, do Circuito Municipal de Cultura de Belo Horizonte e da itinerância da exposição “Imagens que não se Conformam”, e co-realizador do projeto artístico do Museu de Arte do Rio.
SERVIÇO
“Giro: Sons que Conectam” – edição de agosto
Dia de 31 de agosto, domingo, às 14h
Lagoa Morro Alto – Vespasiano (MG)
Entrada gratuita