Funcionários da Amazon estão entrando em burnout
Funcionários da Amazon, gigante do E-commerce, afirmam estar entrando em burnout. O motivo seria o regime de trabalho rigoroso da empresa, assim como certas políticas e práticas. Dessa forma, a quantidade de pessoas pedindo para sair está aumentando.
Os problemas da Amazon com os seus funcionários não são de hoje. Há muito tempo, pessoas que trabalharam na empresa criticam a forma como são tratadas. Por exemplo, o caso de Lovenia Scott, que trabalhava em um depósito da Amazon, na Califórnia. As denúncias da funcionária começaram em fevereiro deste ano, onde até entrou com um processo.
Além disso, no ano passado um movimento feito por trabalhadores da Amazon, próximo a Black Friday, o “Make Amazon Pay”. Funcionários e ex-funcionários de diversos países foram as ruas para pedir uma série de ações da empresa.
Dentre elas estava aumento salarial, pagamento de impostos e maior cuidado para casos de Covid-19.
Nesse sentido, também temos o caso de Sarah Schnierer, ex-gerente sênior de programação. Também criou a “Momazonian”, comunidade que buscava melhorar a qualidade de trabalho para mães. Porém, recentemente Sarah decidiu sair da empresa. Em seguida, deixou uma nota para sua comunidade.
“Enquanto saio da Amazon, luto contra o orgulho que sinto da comunidade da Momazonian e o desapontamento que tenho pela falta de progresso que a empresa fez para mulheres com crianças nos últimos anos.
Enquanto este tem sido um lugar incrivelmente recompensador de se trabalhar, a pressão frequentemente é implacável e, ás vezes, desnecessária. Os funcionários estão em burnout,” escreveu ela.
Posteriormente, Sarah revelou frustração com as políticas de Recursos Humanos da empresa. Estas não estariam nem perto do necessário para que os funcionários tivessem qualidade de vida dentro e fora do trabalho.
Ambiente de trabalho exigente e salários baixos
Da mesma forma, os salários oferecidos pela empresa não são ideiais. Eles são baixos, mesmo para trabalhadores de escritória que teriam uma renda maior. Além disso, parte da compensação da empresa é feita por ações. Há anos atrás, essas compensações eram boas, pois a valorização das cotas era alta. Em contrapartida, as ações da empresa vêm caindo atualmente.
Por último, há o ritmo de trabalho opressivo e frenético que frustra os trabalhadores. Ainda mais, funcionários afirmam que esse ritmo piorou na pandemia. Dessa forma, a rotina era cansativa para pessoas como Sarah.
“Passar cinco anos e meio na Amazon é difícil. A maior parte das pessoas não ficam por tanto tempo porque é um lugar muito exigente para trabalho. Adicione todo o estresse de criar duas crianças, a Covid e fechamentos de creches, e fiquei tão cansada […]” disse Sarah Schnierer.
Outro funcionário relatou episódio com seu gerente. Ele o teria aconselhado a colocar os filhos na cama às 9 da noite. Então, cochilar 1 hora, e a trabalhar tanto quanto pudesse até as duas da manhã. “Se eu conto isso a alguém que trabalha na Amazon, eles dizem, ‘É, é bem isso que acontece’. Porém, se eu contar para alguém que não trabalha lá, dizem ‘O que há de errado com eles?‘”, relatou.
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Em certa ocasião, um porta-voz da Amazon comentou sobre a taxa de funcionários deixando a empresa. “Como todas as outras companhias, estamos sendo afetados por macro-tendências. O que estamos vendo está alinhado com o que está acontecendo por toda a indústria.”