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Filha de influenciador russo morre em explosão de carro

A filha do controverso filósofo influenciador Aleksandr Dugin, um dos principais mentores da expansão territorial russa, foi morta em explosão de carro nos arredores de Moscou.

A agência de notícias oficial russa Tass neste domingo (21), confirmou a identidade de Daria Dugina, de 30 anos, através de um conhecido dela, o líder do movimento social Horizonte Russo Andrei Kranov.

Influenciador russo Alexander Dugin
Influenciador russo Alexander Dugin discursando em Moscou. (Foto: Reprodução/Yahoo)


De acordo com Krasnov, o SUV preto que explodiu matando Daria, pertencia ao pai dela. Acredita se que ele era o alvo original da bomba. O filósofo esteve na cena do crime logo após o incidente, aparentemente em choque, de segundo os vídeos que circulam nas rede sociais.

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Autoridades russas informaram que um dispositivo explosivo foi plantado embaixo do lado do motorista no carro e que se especula se que o ataque seja um “crime premeditado”. Também declararam ter aberto uma investigação sobre o caso.

A rede de TV estatal russa produziu uma reportagem afirmando que Dugina dirigia o carro numa rua a cerca de 30 quilômetros de Moscou quando ele explodiu. O veículo foi engolido pelo fogo e bateu em uma cerca.

Ainda de acordo com os socorristas que a atenderam, ela morreu na hora, e que seu corpo foi desfigurado pelas chamas. A RT também informou, que relatórios preliminares indicam que uma bomba caseira pode ter provocado a explosão, mas o incidente ainda será investigado.

A agência de notícias Reuters informou que o Ministério de Relações Exteriores da Rússia acredita que a Ucrânia poderia estar por trás do ataque. A Ucrânia negou envolvimento.

A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, afirmou que a possibilidade de envolvimento ucraniano, caso confirmado nas investigações, apontaria para uma política de “terrorismo de Estado” instituída por Kiev.

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Ucrânia nega envolvimento na morte da filha do influenciador russo

Mikhailo Podoliak, conselheiro do presidente ucraniano, negou a participação da Ucrânia na morte de Dugina e atribuiu a culpa a conflitos internos entre “diversas facções políticas” da Rússia. Ele também sugeriu que o incidente teria sido uma resposta “cármica” para os que apoiam as ações russas na Ucrânia.

Dugin havia dado uma aula em um festival tradicional na região de Moscou, no ultimo sábado (20), e sua filha estava no evento. Algumas pessoas que estiveram presentes no evento, disseram que o filósofo planejava sair do festival junto com a filha, mas depois decidiu partir em um carro diferente.

Sanções contra Dugin por apoiar militantes na Ucrânia oriental foram impostas pelos Estados Unidos. A filha do filósofo compartilhava das mesmas opiniões de Dugin e sempre promovia como apresentadora de rádio e TV.


Em julho deste ano ela havia recebido sanções do governo britânico, classificando-a como “frequente e proeminente contribuinte de desinformação em relação à Ucrânia e à invasão russa à Ucrânia em diversas plataformas online”.

Dugin foi um dos fundadores do Partido Nacional Bolchevique


Dugin, nos anos de 1990 era um saudosista aberto da União Soviética, tendo sido um dos fundadores do Partido Nacional Bolchevique.
No começo deste século a sua posição mudou para a defesa do “espaço eurasiano”, período que coincidiu com a chegada de Vladimir Putin ao poder.


A mídia ocidental, segundo a RT, retrata Dugin como a força por trás da política externa de Putin durante a última década. Recentemente, o jornal The Washington Post o chamou de “escritor místico de extrema-direita que ajudou a formar a visão de Putin sobre a Rússia”.

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Na Rússia, de acordo com a rede de TV estatal, ele é considerado uma figura marginal. Por mais que tenha sido conselheiro de diversos políticos, Dugin nunca teve o endosso oficial do Kremlin. Em 2014, ele foi demitido da Universidade Estatal de Moscou após críticos interpretarem suas falas como uma convocação para um genocídio contra o povo ucraniano.

A Rand Corporation, centro de estudos militares dos Estados Unidos, escreveu em 2017 que, por mais que a mídia ocidental reporte supostas conexões de Dugin com a liderança russa, ele é um “mais um provocador extremista com impacto limitado e periférico do que um analista influente com impacto direto na política”.

Luca Amorim

Jornalista

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