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Filarmônica de Minas Gerais interpreta a sexta sinfonia de Villa-Lobos e celebra os 150 anos de Ravel, com suas valsas e seu bolero nos dias 11 e 12 de dezembro, na Sala Minas Gerais, às 20h30. 

Villa-Lobos escreveu várias sinfonias, muitas delas ainda pouco conhecidas. Sua Sexta Sinfonia é um tributo à linearidade dos horizontes montanhosos. Com regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular, a Filarmônica de Minas Gerais encerra a Temporada 2025com mais uma celebração dos 150 anos de Ravel, interpretando suas belíssimas valsas e o inconfundível Bolero.Asapresentações serão nos dias 11 e 12 de dezembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Petrobras por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Apoio Cultural: Inter. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Maestro Fabio MechettiDiretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. 

Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville por quatorze anos (1999–2014), tendo recebido o título de Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das orquestras sinfônicas de Syracuse (1992–1999) e de Spokane (1993–2004), nesta última atuando como Regente Laureado. Em 2014, tornou-se o primeiro maestro brasileiro a assumir a Regência Titular de uma orquestra asiática, ao aceitar o convite da Orquestra Filarmônica da Malásia, onde permaneceu por dois anos.

Ainda nos Estados Unidos, atuou como Regente Associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com a qual se apresentou no Kennedy Center e no Capitólio. Foi também Regente Residente da Orquestra Sinfônica de San Diego. Estreou no Carnegie Hall, em Nova York, conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey, e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É presença constante nos festivais de verão nos Estados Unidos, como os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti rege regularmente na Escandinávia, com destaque para a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a Orquestra de Helsingborg, na Suécia. Na Finlândia, dirigiu a Filarmônica de Tampere; na Itália, a Orquestra Sinfônica de Roma e a Orquestra do Ateneo, em Milão; na Dinamarca, a Filarmônica de Odense; na Escócia, a BBC Scottish Symphony; além de ter conduzido a Sinfônica Nacional da Colômbia e estreado no Festival Casals com a Sinfônica de Porto Rico. Na Argentina, rege regularmente a Filarmônica do Teatro Colón.

No Brasil, tem sido convidado a reger a Osesp, a Sinfônica Brasileira, as orquestras municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Sinfônica do Paraná, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros.

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.

Repertório

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, Brasil, 1887-1959) e a obra Sinfonia nº 6, “Sobre a linha das montanhas” (1944)

“Até a própria Natureza é também uma grande artista para quem sabe apreciá-la com respeito, fé e vontade de querer”, afirmou Heitor Villa-Lobos. Com uma criatividade admirável, às vezes grandiloquente, tal qual a vastidão das terras brasileiras, a música desse brilhante compositor é uma verdadeira declaração de amor à pátria, com a presença de melodias indígenas e do canto dos pássaros, uma obra que se estende pelas serras e montanhas do Brasil.

A milimetria, ou milimetrização, é um processo criado por Villa-Lobos que propõe transformar o contorno das serras em linhas melódicas, ao relacionar frequência e duração rítmica. Essa técnica composicional, batizada por ele “Melodia das Montanhas”, surgiu em 1935, inspirada na silhueta do Pão de Açúcar. Em 1939, a ideia foi concretizada em duas obras para piano: Melodia da Montanha, utilizando as linhas da Serra da Piedade, em Caeté, e New York Skyline Melody, a partir do contorno dos arranha-céus de Manhattan. Todavia, é a sua Sinfonia nº 6, escrita em 1944, a composição que melhor representa a técnica da milimetrização.

A obra utiliza os contornos de três elevações localizadas no Rio de Janeiro: o Pão de Açúcar, o Corcovado e a Serra dos Órgãos. Seus traçados foram anotados por Villa-Lobos entre 1935 e 1940. Dedicada à sua esposa Mindinha, a Sexta Sinfonia foi estreada no Rio de Janeiro, em 29 de abril de 1950, pela Orquestra do Theatro Municipal, conduzida pelo compositor. O segundo movimento possui uma textura orquestral que se caracteriza por glissandi nas cordas e solos nas madeiras, citando os temas das serras anotadas. Aos poucos, a música se adensa, as brumas dessa atmosfera misteriosa são desfeitas, rompidas pela percussão e iluminadas pelos metais.

Maurice Ravel (Ciboure, França, 1875 – Paris, França, 1937) e a obra Valsas Nobres e Sentimentais (1911l Rev. 1912)

Em certo sentido, pode-se observar em Ravel um contínuo processo de releitura, no qual ele parece tomar por desafio as formas e modelos antigos para retrabalhá-los à sua maneira, produzindo sempre recriações e estilizações muito particulares. Ravel é um construtor criterioso, que conhece a fundo o material com que trabalha e cujo preciosismo revela uma ciência precisa e exata. A despeito disso, ele nunca deixa de ser original: todo o domínio da técnica e de seus materiais lhe dá a possibilidade de transcender o previsível.

Nove anos antes de sua famosa La Valse, Ravel se lança sobre esse gênero com as suas Valsas Nobres e Sentimentais. Data de 1911 a versão original, para piano solo, e de 1912 a versão orquestral. O título faz referência a duas coleções de pequenas valsas compostas por Schubert entre 1823 e 1827: as Valsas Nobres, D. 969 e as Valsas Sentimentais, D. 779

É evidente, portanto, que Ravel tem em Schubert seu primeiro modelo para as Valsas Nobres e Sentimentais. No entanto, ele não toma as valsas de Schubert como paradigmas, mas como exemplos de um gênero que ele ironiza e desconstrói. O modelo principal desse processo, porém, não é exatamente Schubert, mas Strauss Jr. e a valsa dos elegantes salões parisienses do final do século XIX. Embora o esquema rítmico da valsa permaneça sempre vívido nas oito pequenas seções que constituem essa obra de Ravel, o que se percebe não é uma onipresença da dança, mas sua evocação.

Na ironia e no tratamento pessoal que Ravel confere à valsa, na harmonia francamente moderna e na orquestração sempre original e surpreendente, as Valsas Nobres e Sentimentais atestam a importância de Ravel na música do século XX e sugerem alguns dos novos caminhos que ela haveria de tomar a partir desse compositor fundamental.

Maurice Ravel (Ciboure, França, 1875 – Paris, França, 1937) e a obra Bolero (1928)

Quando Ravel compôs o Bolero, jamais imaginou que seu nome ficaria para sempre ligado a essa obra. Com sua ironia característica, disse certa vez: “Em toda a minha vida, eu compus apenas uma obra-prima, o Bolero. Mas, infelizmente, ele é vazio de música”.

A peça foi escrita por encomenda da bailarina Ida Rubinstein, que desejava um balé de caráter espanhol para sua trupe. No início, haviam acordado que Ravel orquestraria trechos da suíte Ibéria, do compositor Isaac Albéniz, mas logo desistiram da ideia ao saber que outro balé inspirado na obra já estava em produção. Inconformado, Ravel decidiu então aproveitar um tema que o perseguia há tempos: uma melodia de caráter insistente, que ele utilizaria repetidamente, sem desenvolvimento, variando gradualmente o colorido orquestral. Para completar esse primeiro tema, compôs um segundo, que funciona como uma espécie de contratema, ou seja, uma melodia que se comporta mais como um complemento da melodia principal do que como uma instância individualizada.

Bolero foi estreado no dia 22 de novembro de 1928, na Ópera Nacional de Paris, pela companhia de Ida Rubinstein, com coreografia de Bronislava Nijinska e regência de Walther Straram. O frenesi que a obra causou em suas diversas apresentações fez com que ela rapidamente conquistasse espaço nas salas de concerto. Hoje uma das partituras mais executadas de todo o repertório internacional, o Bolero pode parecer o resultado de uma composição bem calculada para causar impacto e ganhar as graças do público. Visto pelos olhos dos contemporâneos de Ravel, porém, o Bolero foi uma cartada arriscada. Para os amigos do autor, era o ponto culminante de suas tendências místicas. Os inimigos diziam que se tratava de música composta por um louco.

Filarmônica de Minas Gerais

Série Allegro

11 de dezembro – 20h30

Sala Minas Gerais

Série Vivace

12 de dezembro – 20h30

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

VILLA-LOBOSSinfonia nº 6, “Sobre a linha das montanhas”

RAVEL                                 Valsas nobres e sentimentais

RAVEL                                 Bolero

INGRESSOS:

R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h 

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana 

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado 

— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos:

  • Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
  • Pix

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.

Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.

O grupo recebeu numerosos prêmios e menções, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.

 A Orquestra possui 19 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.

A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.

A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.

A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

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