Bear Market: Especialista comenta sobre o assunto com exclusividade
Nos últimos tempos, o mercado de investimentos no geral vem sofrendo um grande baque. Investidores viram seus ativos desvalorizarem radicalmente, chegando a patamares alarmantes. Consequentemente, o pavor de ativos voláteis e renda variável se instalou em seus corações. A queda é constante e parece não ter fim. Em meio a este caos, um termo se destaca e aparece frequentemente: Bear Market.
No entanto, o que é Bear Market? Por que este termo se relaciona tanto com o que vem acontecendo em nossa economia? E também, por que é importante que estejamos familiarizados com ele? Todas essas perguntas e algumas outras foram sanadas em uma entrevista exclusiva feito pelo Notícia Séria Brasil. Gabriel Nascimento, COO da Xland Holding, uma empresa especializada em criptomoedas, explicou-nos o significado deste termo.
“O termo Bear Market é a fase do mercado representada pelo arquétipo do urso em contraposição com o Touro, o representante das fases de alta do mercado. Em síntese, temos que Bear markets são compostos por eventos negativos em série. Por exemplo, reações exageradas de preço e momentos onde um turbilhão de informações negativas são levadas ao mercado simultaneamente.” Disse o especialista.
“Nesse cenário de incertezas, também comumente afetado por um clima baseado no que os especialistas chamam de FUD (fear, uncertainty e doubt – medo, incerteza e dúvida). Estes sentimentos e comportamentos normalmente resultam em uma força ainda maior de venda de posições. Por conseguinte, aumenta-se ainda mais a desvalorização das criptomoedas, um fenômeno diretamente relacionado a famigerada Lei de oferta e demanda.”
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Causas internas de um Bear Market
O aumento das vendas causado pela hesitação dos investidores, certamente é o que mantém a constância das quedas. Entretanto, este fator não é o principal causador do início desse evento. Mas, um Beark Market tem mesmo um causador direto?
“O mercado de criptomoedas, assim como nos investimentos tradicionais, também é marcado por ciclos. Em regra, todos esses ciclos são marcados por um padrão passível de ser identificado,” explicou Gabriel Nascimento.
“O Bear Market, como dito, é marcado por grande desvalorização dos ativos. Esse é um fenômeno comum, e que em regra, passa por 3 fases: Um primeiro tem seu início logo após as moedas terem alcançado sua melhor fase de alta, os maiores preços histórico dos Ativos. Nessa fase, investidores que ganharam muito dinheiro com a valorização das moedas, agora querem realizar suas posições (vender seus ativos) e poder desfrutar do lucro obtido.
“Nesse momento, em decorrência do alto volume de vendas, é possível ver muito dinheiro saindo do mercado. Por conseguinte, com a alta evasão de recursos, muitas instituições acabam por ficar totalmente descapitalizadas, e por fim são liquidadas (este talvez é o pior momento da crise). Esse é considerado um momento teste dos projetos que são mais sustentáveis. Apenas os projetos e as instituições mais fortes vão sobreviver.”
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Em suma, internamente um Bear Market é iniciado pela força vendedora em função da geração de lucros. Quanto mais o mercado se valoriza e expande, mais essa força pode aumentar, iniciando o ciclo de baixa.
“Após toda essa fase de provação, quebras e liquidações, as instituições mais sólidas, aos poucos, começam a voltar para um momento de consolidação de preços, dando sinais de uma retomada da valorização. Fechando assim um ciclo bem comum no mercado de investimentos.”
Causas externas de um Bear Market
Segundamente, um Bear Market é sustentado também por fatores externos; reações que não estão necessariamente ligadas ao ciclo citado acima. Nesse sentido, Gabriel Nascimento ressaltou alguns pontos que influenciaram em tal evento:
“Importante lembrar que o início da atual crise no mercado cripto foi motivado, principalmente, com os relatórios dos últimos dois meses indicando que a inflação nos EUA estava mais alta do que se imaginava, e que medidas forçadas de intervenção precisariam ser adotadas para corrigir essa situação. Na luta contra a inflação, o Federal Open Market Committee (FOMC) optou por aumentar a taxa de juros americana, o que força com que os investidores institucionais optem por sair de investimentos mais voláteis e escolham desfrutar das altas taxas de juros nos mercados mais tradicionais e conservadores.
“Essas medidas de intervenção forçada que são adotadas por diversas nações do mundo inteiro estão diretamente relacionadas com um momento pós-pandêmico, marcado por muita inflação. Além disso, não podemos negar também o medo e as incertezas geradas pela guerra na Ucrânia.”
Como identificar um ciclo de baixa?
Por conta do pânico que este fenômeno causa, e o dano no bolso dos investidores, é natural querer evitá-lo. Certamente, um meio 100% preciso de não cair nessa “armadilha” do mercado viria à calhar. Ainda assim, será que tal meio existe? Os investidores podem prever tal evento?
“Conseguir identificar exatamente o início ou o fim de um Bear Market seria um dom que valeria múltiplos bilhões de dólares,” brincou o especialista. “É claro que com um excelente monitoramento de mercado e análises fundamentalistas dos gráficos é possível se conquistar um comportamento preditivo em relação as tendências do mercado.
“Contudo, pode-se dizer que o comportamento mais acertado para sobreviver bem a momentos de Bear Market é simplesmente reconhecer a possibilidade de sua existência. Então, à partir disso, adotar técnicas de gerenciamento de riscos. Primeiro, ser mais cauteloso na exposição dos recursos e ter uma carteira diversificada. Segundo, o uso de protocolos de compra que buscam sempre o preço médio. E, por fim, estar disposto a fazer investimentos de longo prazo. Deste modo, é possível resistir os períodos de baixa e suportar o inverno até que os ativos voltem a reagir na retomada de preços.”
Este Bear Market é um sinal do fim das criptos?
Sobretudo, o que se destaca entre muitos veículos de notícias e influencers em investimentos, é essa frase acima. O fim do mercado de criptomoedas vem sendo anunciado ou cogitado por todos os cantos da internet. Sendo assim, é quase impossível não pensar se tal fim se aproxima mesmo…
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“O mercado de ativos virtuais, com certeza, vai superar esse momento de crise e retomar seu processo de expansão com todo o seu dinamismo. Importante destacar que o mercado de ativos virtuais está diretamente atrelado a novas tecnologias disruptivas (Smart Contracts, NFT`s, DeFi, Web 3.0, Blockchain), portanto, como temos plena convicção de que todas essas tecnologias vieram pra ficar, seria praticamente impensável apostar no fim do mercado de criptomoedas.”
Entretanto, se as quedas persistirem, o pessimismo permanece. Mesmo que o fim das criptomoedas possa não ser uma possibilidade, o inverno ainda está aí. Mesmo assim, o especialista trouxe uma visão mais positiva quando questionado sobre a projeção do mercado para os próximos meses.
“Como dito anteriormente, não é possível acertar exatamente o que seria o “fundo do poço”, ponto exato do mínimo preço a ser praticado. Cientes disso, nos voltamos para as tendências. As análises gráficas revelam ainda ser possível que, de fato, o bitcoin ainda apresente mais quedas. Contudo, uma espécie de reação positiva do mercado, ainda que tímida, já pode ser esperada para o segundo semestre deste ano.”
Como reagir a este fenômeno?
Já que não podemos reverter esse ciclo com nossa próprias mãos, os investidores devem aprender a se adaptar. Tanto em um ciclo de alta quanto de baixa, isso é necessário. Para tanto, pedimos alguns conselhos ao Gabriel Nascimento sobre o que fazer diante de um Bear Market.
O especialista não nos traz uma perspectiva pessimista. Pelo contrário, mostra essa fase como uma oportunidade para aqueles que tem paciência.
“Esse é o momento em que todos os preços dos ativos estão extremamente descontados, ou seja, é como se você entrasse em um supermercado e tudo estivesse em promoção. E tudo com muito desconto! Estamos falando de 70% de desconto. Portanto, esse é o melhor momento para fazer compras, se posicionar e aproveitar as oportunidades dos preços baixos. Tendo sempre em mente que o Mercado tende a ser mais generoso com os investidores dispostos a fazer investimentos de médio e longo prazo.”
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Gabriel Nascimento é Sócio Fundador e Gestor de Operações da Xland Holding Ltda., especialista em criptomoedas. A Xland Holding é uma empresa que nasceu com um propósito de levar ricas informações para todas as pessoas que desejam conhecer e experimentar o mercado de Criptoativos.