Dia nacional da pessoa idosa: unidade de desospitalização da Sesa, Casa de Cuidados do Ceará tem metade do público formada por idosos
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, a expectativa de vida no Brasil alcançou 76,4 anos. O avanço nos serviços de saúde é uma das causas que possibilitam um envelhecimento com mais qualidade. Na Casa de Cuidados do Ceará (CCC), equipamento de transição hospitalar da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), cerca de 50% dos pacientes são idosos.
“Na Casa de Cuidados, nosso paciente é assistido por profissionais de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Fonoaudiologia e Serviço Social, cada um atuando com sua especialidade para atender à necessidade dele, fazendo toda a diferença em sua recuperação”, pontua Ursula Wille Campos, diretora do equipamento.
A função do equipamento acompanha uma tendência mundial de desospitalização precoce, evitando lotação em unidades hospitalares de emergência a partir da rotatividade no atendimento, priorizando leitos para aqueles com quadros mais severos. “A Casa de Cuidados do Ceará é uma unidade de saúde que recebe pacientes vindos dos hospitais e realiza tratamento até o momento da alta para o retorno ao lar. Portanto, não somos uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, e sim uma unidade de transição do hospital para a casa”, explica a gestora.
É o caso de Cleide Falcão, 74, que possui sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A filha, Erika Falcão, também cuidadora da idosa, explica a evolução do tratamento da mãe na CCC. “Ela retirou a sonda. O tratamento das feridas que ela teve melhorou significativamente, assim como a interação dela conosco. Eu estou muito feliz com todos esses avanços dela e a expectativa é de receber alta neste mês de outubro”, conta, satisfeita.
satisfeita.
Erika Falcão cuida da mãe, Cleide, que está em tratamento de sequelas de AVC; a expectativa é voltar logo para casa
Além do acompanhamento médico, a Casa de Cuidados conta com projetos de humanização aos pacientes. As atividades em grupo trazem benefícios para a saúde física e mental desses pacientes, como diz a psicóloga do equipamento, Sarah Gomes. “A maior demanda do atendimento da psicologia hoje são de pacientes com humor deprimido geralmente devido ao período da internação, afinal a rotina muda totalmente. Por isso, é importante promover atividades em que eles se sintam acolhidos e que também promovam a socialização”.
Jogos fazem parte do tratamento de cognição dos idosos na Casa de Cuidados
Nas atividades em grupo é comum serem utilizados jogos, como quebra-cabeças, palavras-cruzadas, xadrez, dominó, damas, jogo da memória e jogos de tabuleiro, que são chamados de jogos cognitivos devido ao estímulo da cognição, especialmente nos idosos. Eles são utilizados pelas equipes de psicologia, fisioterapia e terapia ocupacional da CCC para combater as consequências do envelhecimento.
“Estes jogos proporcionam uma experiência desafiadora e, ao mesmo tempo, divertida. É um momento de interação social e desenvolvimento de habilidades. Os jogadores desenvolvem a capacidade de concentração e raciocínio, superando desafios e proporcionando a sensação de satisfação ao conseguir vencer”, explica Gardênia Leão, terapeuta ocupacional da CCC.
Atendimento especializado
Os médicos geriatras também fazem parte da equipe que lida com o público idoso. “Fazemos uma atuação com a equipe multiprofissional com estímulos fora do leito. Na CCC, fazemos uma avaliação geriátrica ampla para atender às necessidades de cuidados de cada paciente, prestando um atendimento integral e personalizado, corrigindo a parte cognitiva e sensorial para que ele ganhe mais autonomia, no caso daqueles que chegam mais debilitados”, explica Carlos Vitor, médico geriatra da CCC.
“Esse trabalho do geriatra em conjunto com a equipe multiprofissional traz ótimos resultados para os idosos, como diminuição de demência, retirada de sondas, traqueostomia, melhorias de lesão por pressão, reabilitação motora, controle de transtorno psiquiátrico, promovendo melhor qualidade de vida com menos dor, sendo essencial principalmente para esses idosos que possuem casos clínicos mais complexos”, complementa.
O profissional também destaca que não é preciso esperar os 60 anos para se consultar com uma geriatra. “A partir dos 40 anos já é recomendado consultar um geriatra para um acompanhamento preventivo, avaliação de histórico familiar e para planejar um envelhecimento saudável com qualidade de vida”, orienta.
