Dia Mundial do AVC: O que você precisa saber para reconhecer os sinais e agir rápido
O Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil. A rapidez no atendimento é crucial para a redução de sequelas e a recuperação do paciente.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), comumente conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil. Identificar os sintomas rapidamente e buscar atendimento médico de emergência são fundamentais para minimizar os danos e aumentar as chances de recuperação. A expressão “tempo é cérebro” destaca a importância de agir rápido, pois cada minuto sem o fluxo sanguíneo adequado para o cérebro leva à perda de aproximadamente 1,9 milhão de neurônios (células nervosas que transmitem informações). Quanto mais cedo o paciente recebe tratamento, melhores são as chances de evitar sequelas graves.
O AVC ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, seja por um bloqueio (AVC isquêmico) ou pelo rompimento de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico). O AVC isquêmico é o mais comum, representando cerca de 85% dos casos, e geralmente é causado pela obstrução de uma artéria, seja por um coágulo ou placas de gordura. “O tratamento do AVC isquêmico é altamente dependente do tempo. O uso de medicamentos trombolíticos, por exemplo, é eficaz apenas nas primeiras 4,5 horas após o início dos sintomas”, explica o Dr. Maurício Hoshino, neurologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.
Já o AVC hemorrágico, responsável por cerca de 15% dos casos, envolve a ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro, provocando um sangramento. “Embora menos comum, é mais grave, frequentemente exigindo intervenções cirúrgicas para controlar o sangramento e evitar danos permanentes”, completa o médico.
Os fatores de risco para o AVC são bem conhecidos, e muitos estão ligados ao estilo de vida. Hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, obesidade e sedentarismo estão entre os principais. O Dr. Hoshino enfatiza a importância de hábitos saudáveis: “Manter a pressão arterial sob controle, praticar atividade física regularmente e evitar o consumo excessivo de álcool são medidas que podem reduzir significativamente o risco de AVC”, recomenda. Além disso, o envelhecimento da população tem contribuído para o aumento dos casos de AVC. “O Brasil está envelhecendo e o risco de AVC aumenta com a idade. Estamos vendo um número crescente de pacientes idosos com múltiplas comorbidades”, observa o neurologista.
Tempo é cérebro
Reconhecer os sinais de um AVC e procurar ajuda imediata podem fazer toda a diferença. Os principais sintomas incluem fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender, perda de visão, perda de equilíbrio e dor de cabeça intensa. “Se você perceber algum desses sinais, não espere. Leve a pessoa imediatamente ao hospital. Cada minuto pode reduzir as sequelas e aumentar as chances de sobrevivência”, aconselha o Dr. Hoshino.
Embora o AVC seja uma emergência médica, os avanços no tratamento e na reabilitação têm ajudado os pacientes a recuperar a qualidade de vida. Novas tecnologias, como terapias de estimulação cerebral e o uso de robótica para reabilitação motora, estão transformando o prognóstico dos sobreviventes. “Temos visto progressos notáveis no uso da inteligência artificial para reabilitação e na prevenção de novos eventos vasculares, o que dá esperança de uma recuperação mais eficiente”, afirma o especialista.
O Ministério da Saúde tem intensificado as campanhas para aumentar a conscientização sobre os sinais de AVC e a importância do atendimento imediato. “Campanhas como o Dia Mundial de Combate ao AVC ajudam a educar a população sobre a identificação dos sintomas e o que fazer em caso de emergência”, ressalta o Dr. Hoshino.
A prevenção e o reconhecimento precoce são chaves para reduzir as taxas de mortalidade e melhorar as chances de uma recuperação plena. Assegurar que a população saiba identificar os sinais e entender a urgência do atendimento são fundamentais para enfrentar o desafio crescente dos casos de AVC no Brasil.