Corrida em alta exige atenção aos joelhos: quando procurar um especialista
Com o aumento do número de corredores, crescem também os casos de lesões no joelho. Especialistas explicam quais sinais exigem consulta imediata, quais exames são fundamentais e como conduzir o retorno seguro às pistas
O crescimento do número de praticantes de corrida, tanto amadores quanto experientes, trouxe também um aumento expressivo das queixas relacionadas ao joelho, uma das articulações mais exigidas durante a prática. Embora muitas dores sejam leves e passageiras, os ortopedistas alertam que ignorar desconfortos persistentes pode agravar lesões e comprometer a performance. Saber identificar o momento certo de procurar um especialista é fundamental para evitar complicações.
Segundo o ortopedista Eduardo Vasconcelos, o primeiro sinal de alerta é a dor que não melhora após alguns dias de descanso. Sensações de pontadas, queimação, estalos acompanhados de dor, inchaço ou a incapacidade de apoiar o peso sobre a perna são indicações claras de que o corredor deve suspender os treinos e buscar avaliação de um ortopedista especialista em joelho. “A dor persistente é o principal indicador de que existe algo errado. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de evitar lesões graves como rupturas ou desgaste articular acentuado”, orienta o especialista.
As primeiras providências devem ser tomadas ainda antes da consulta. Interromper imediatamente as corridas, aplicar gelo na região por 15 a 20 minutos, de duas a três vezes ao dia, e elevar o membro ajudam a controlar a dor e o inchaço. O uso de analgésicos só deve ser feito com orientação médica, já que mascarar a dor pode levar o corredor a agravar a lesão ao voltar antes do tempo.
Na consulta, o ortopedista fará uma avaliação clínica detalhada e, dependendo dos sintomas, solicitará exames complementares. Entre os mais comuns estão a radiografia, útil para avaliar estruturas ósseas; o ultrassom, que ajuda a identificar inflamações; e a ressonância magnética, considerada o exame mais completo para investigar lesões de cartilagem, meniscos e ligamentos. “A ressonância é fundamental quando há suspeita de lesões internas, permitindo um plano de tratamento preciso e seguro”, explica Eduardo.
O tratamento pode variar desde fisioterapia e fortalecimento muscular até procedimentos minimamente invasivos, dependendo da gravidade da lesão. Em grande parte dos casos, um programa de reabilitação adequado, aliado ao controle da carga de treino, garante plena recuperação. O retorno à corrida nunca deve ser imediato: é gradual e orientado por um especialista em conjunto com um fisioterapeuta. “Voltar rápido demais é a principal causa de recidiva. O joelho precisa estar estável, sem dor e com a musculatura fortalecida para suportar o impacto”, reforça o ortopedista.
Prevenção também é palavra-chave. A combinação de fortalecimento muscular, especialmente de glúteos, quadríceps e core, tênis adequados ao tipo de pisada e treino progressivo reduz significativamente o risco de lesões. Correções na técnica de corrida, quando necessárias, também diminuem a sobrecarga nos joelhos.
Com o aumento dos corredores nas ruas, parques e competições, o cuidado com o joelho torna-se indispensável. Atentar para os sinais do corpo, buscar diagnóstico precoce e seguir orientações profissionais é o caminho mais seguro para manter a performance e garantir longevidade no esporte.

