Compreenda as mudanças com a nova taxação do visto americano para brasileiros
Para advogada internacionalista Joyce Alves, os EUA passa por um movimento a qual chama de “visto pós pandemia”
Ainda é possível renovar o visto americano antes da cobrança da nova taxa, anunciada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que passa de U$ 185 de U$ 250 (Visa Integrity Fee). A nova normativa tem previsão de entrar em vigor no início do ano fiscal de 2026 dos EUA, a partir de 1 de outubro de 2025. Além da taxação, àqueles que precisam do visto americano também contarão com novas regras para sua aquisição.
Segundo com a advogada internacionalista Joyce Alves, os EUA passa por um movimento a qual chama de “visto pós pandemia”, período onde houve uma flexibilidade maior para que as pessoas pudessem tirar seus vistos diante das filas gigantes. Para a especialista foi percebido importantes panoramas que devem ser discutidos e analisados neste momento.
“Primeiramente temos a questão da segurança, pois quando se altera a questão do valor, já se adota um critério das pessoas que podem adentrar em um país. Também tem a questão das entrevistas que passam a ser todas presenciais, com isso se tem um controle maior contra fraudes e não se tenha tanta imigração ilegal no país. Um segundo momento traz com que os consulados tenham os mesmos critérios para verificação e liberação do visto, pois antes cada um contava com uma regra. E o terceiro ponto é a questão política, que mostra que o presidente Trump é extremamente rígido com a questão de imigração”, pontua a advogada.
Sobre as entrevistas, a especialista pontua que no passado eram isentos os menores de 14 anos e os maiores de 79 anos; e agora todos necessitam realizar a entrevista. “A logística para quem vai solicitar o visto agora precisa ser muito melhor pensada, pois está muito mais criterioso para que se consiga o documento dentro do prazo da viagem”, explica.
Sobre o impacto das novas mudanças, ela acredita que poderão não ficar somente na questão do turismo, mas também nas relações comerciais e na na área educacional. Para a especialista, as pessoas que estão estudando, por exemplo, terão que se preparar com uma maior antecedência e isso permitirá a evasão de alunos para outros países.
“Agora não tem mais para a última hora, especialmente, turismo. Preencher o formulário em inglês e mostrar o vínculo com o Brasil é muito importante para que se tenha o visto liberado. É necessário um olhar técnico e estratégico, com uma programação de uns 120 dias pelo menos”, afirma a especialista.
Conheça os tipos de vistos
Existem diversas categorias de vistos que permitem aos brasileiros viverem e trabalharem legalmente nos EUA. Entre as mais importantes estão os vistos de trabalho baseados em emprego, conhecidos como Employment-Based (EB), que em muitos casos podem levar ao green card (residência permanente).
O sistema EB está dividido em cinco grupos principais:
EB-1: Para estrangeiros com habilidades extraordinárias (EB-1A), professores e pesquisadores de destaque (EB-1B) e executivos ou gerentes de multinacionais transferidos para os EUA (EB-1C).
EB-2: Destinado a profissionais com grau avançado (mestrado ou doutorado) ou habilidades excepcionais. Inclui a subcategoria EB-2 NIW (National Interest Waiver), que dispensa a oferta de emprego se for comprovado que a atuação do candidato beneficia o interesse nacional dos EUA.
EB-3: Para trabalhadores qualificados, profissionais com diploma de bacharel e trabalhadores não qualificados, desde que haja uma oferta de emprego permanente.
EB-4: Voltado para categorias especiais, como trabalhadores religiosos, funcionários de organizações internacionais, militares estrangeiros e outros casos específicos.
EB-5: Para investidores que aportam no mínimo US$800 mil em áreas específicas e geram pelo menos 10 empregos nos EUA.