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Ciclo precoce do milho ganha espaço em cenário com maior risco hídrico para a segunda safra

Irregularidade das chuvas pode pressionar o desenvolvimento do milho e ampliar a importância de estratégias que reduzam a exposição da cultura aos momentos de menor oferta de água
 

A produção de milho entra em um momento decisivo para o planejamento da segunda safra, em um contexto marcado por oscilações de precipitação que influenciam diretamente a formação da espiga e o rendimento final. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área total destinada ao milho na temporada 2025/2026 deve alcançar 22,7 milhões de hectares, com semeadura antecipada em algumas regiões e risco crescente de exposição a períodos secos nas áreas onde o plantio se estender devido ao atraso no plantio da cultura do soja no Cerrado. A irregularidade das chuvas registrada desde o início do ciclo da soja amplia essa preocupação, já que parte dos produtores só inicia o milho após liberar as áreas de verão.

Nesse conjunto de fatores, híbridos de ciclo precoce têm despertado maior atenção porque conseguem avançar mais rapidamente pelas etapas em que o milho é mais sensível à falta de água. Ao antecipar o florescimento e o enchimento dos grãos, essas cultivares reduzem o tempo de exposição da lavoura ao período em que as chuvas costumam diminuir na segunda safra. Na prática, isso significa que a fase de maior demanda hídrica ocorre enquanto ainda há umidade suficiente no solo.

Marco Peres, consultor de desenvolvimento de produtos da TMG Tropical Melhoramento & Genética, explica que a necessidade diária de água aumenta de forma significativa durante o florescimento e o enchimento dos grãos. “Nesse período a planta pode necessitar de 5 a 10 milímetros por dia. Quando a oferta não acompanha essa exigência, há redução imediata no potencial produtivo”, afirma.
 

Peres destaca que o estresse hídrico se instala quando a necessidade da cultura supera o volume disponível no solo ou a capacidade de absorção do sistema radicular. A intensidade, a duração e o momento em que o déficit ocorre determinam o impacto no rendimento. “No florescimento, falhas de precipitação podem comprometer a sincronia entre pólen e estigmas, prejudicando a fertilização. No enchimento dos grãos, a falta de água reduz a fotossíntese e o acúmulo de peso, levando inclusive à maturação antecipada”, explica.
 

Primeiras fases

Nas primeiras semanas após a emergência, o milho ainda tem folhas pequenas e um sistema radicular em formação, por isso a necessidade diária de água é menor, entre 2 e 4 milímetros. Quando a planta atinge o estágio V6, com seis folhas completamente desenvolvidas, a área foliar aumenta e a demanda por água passa para 6 a 7 milímetros por dia. É justamente nessa fase que a cultura define quantas fileiras de grãos terá a espiga e qual será o comprimento dessas fileiras. Se faltar água antes do florescimento, parte desse potencial é comprometida ainda no início do ciclo.
 

A estrutura do solo tem papel direto na forma como o milho suporta períodos secos. Segundo Peres, teores elevados de alumínio e problemas de compactação dificultam o aprofundamento das raízes. “Quando o sistema radicular fica concentrado nas camadas superficiais, a planta depende das áreas que secam mais rápido. Mesmo havendo água em profundidade, a cultura não consegue acessar essa reserva”, afirma.
 

Com cenários mais secos ocorrendo de forma recorrente ao longo dos últimos anos, Peres avalia que conhecer o histórico hídrico da região e ajustar a época de plantio são medidas fundamentais. Ele aponta que materiais de ciclo precoce podem ajudar a antecipar o florescimento, reduzindo a exposição da cultura ao período de corte de chuvas. “Se a fase mais sensível acontece antes da queda mais acentuada da umidade no solo, a chance de manter a produtividade aumenta”, completa

Sobre a TMG 
 

A TMG – Tropical Melhoramento e Genética é uma empresa brasileira multiplataforma que conta com um banco de germoplasma premium e atua há mais de 20 anos para oferecer aos produtores rurais soluções genéticas para algodão, soja e milho. Em seu portfólio, estão cultivares e híbridos desenvolvidos com todas as biotecnologias disponíveis no mercado, visando entregar inovação ao campo e contribuir para atender a demanda mundial de grãos e fibras de forma sustentável. A matriz da TMG está localizada em Cambé (PR) e a companhia conta também com uma unidade em Rondonópolis (MT), além de 14 bases de pesquisa e desenvolvimento espalhadas por seis estados, nas principais regiões produtoras brasileiras, com ensaios e experimentos de campo (RS: Passo Fundo e Palmeiras das Missões – PR: Cambé, Marilândia, Campo Mourão – MS: Dourados – MT: Sapezal, Roo-BVP, Sorriso, Campo Verde, Primavera do Leste – GO: Rio Verde, Chapadão do Céu – BA: Luís Eduardo Magalhães). A empresa possui também parceria comercial e cooperação técnica com grandes players do mercado nacional e internacional. Para saber mais, acesse o site.

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