2026: crescer deixará de ser volume e passará a ser consciência
Por Maria Helena, Diretora Comercial e Vannessa Souza, Diretora de Recursos Humanos
O ano de 2026 marca uma virada silenciosa, porém definitiva, na forma como empresas crescem. A lógica do volume, da pressa e do improviso perde espaço para uma construção mais consciente de valor, humano, financeiro e estratégico. O crescimento deixa de ser apenas expansão e passa a ser método, consistência e permanência.
O mercado mudou porque as pessoas mudaram. Consumidores estão mais atentos, seletivos e conscientes do impacto das suas escolhas. Não buscam apenas produtos ou serviços, mas sentido, personalização e respeito ao seu tempo e bem-estar. Nesse cenário, marketing deixa de disputar atenção e passa a disputar relevância. Tecnologia, inclusive a inteligência artificial, já não é diferencial competitivo: é infraestrutura. O verdadeiro valor está na capacidade das marcas de combinar dados com sensibilidade humana.
No campo comercial, vender mais perde força frente a vender melhor. O cliente chega informado, exige diagnóstico e soluções aderentes à sua realidade. O vendedor do futuro atua como consultor, apoiado por dados, processos claros e relacionamento de longo prazo. Crescer apenas pela aquisição de novos clientes se torna caro e ineficiente. A alavanca real está na organização da base, na recompra, na fidelização e na indicação. Rotina comercial, constância e método deixam de ser diferenciais e passam a ser requisito mínimo.
As finanças acompanham essa maturidade. Fluxo de caixa, planejamento e previsibilidade deixam de ser relatórios e se tornam instrumentos estratégicos. Decidir com base em dados passa a ser condição de sobrevivência. Mas não há crescimento sustentável sem uma experiência consistente do cliente, capaz de gerar recorrência e estabilidade de receita. Sustentabilidade, aqui, não é discurso: é disciplina.
Essa transformação também alcança a gestão de pessoas. O debate sobre jornada, modelos híbridos e produtividade revela uma mudança estrutural. Trabalhar mais horas não significa gerar mais valor. Liderar em 2026 exige menos controle do tempo e mais confiança nas entregas, com objetivos claros, processos bem definidos e responsabilidade compartilhada.
Crescer, a partir de 2026, será uma escolha consciente. Empresas que integram estratégia, dados e gestão humana não apenas crescem, permanecem.

