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Estudo aponta que uso do VAR deixaria lendas como Romário, Rivaldo, Ronaldo e Bobby Charlton sem títulos mundiais

O levantamento realizado pela Betfair também apontou grandes nomes do futebol, como Puskas e Robben, que teriam conquistado o tão sonhado título mundial; Rivaldo comenta sobre a Copa de 2002

A pouco menos de seis meses para a Copa do Mundo de 2026, muitos torcedores começam a lembrar de grandes histórias de Mundiais do passado. E muitas análises contam com erros e polêmicas envolvendo a arbitragem. Desde 2018, a FIFA implementou o VAR, que tem desempenhado um papel importante e buscando trazer justiça nos principais torneios do mundo.

Mas e se o VAR existisse desde a primeira edição da Copa do Mundo? O Brasil ainda seria penta? Maradona teria conseguido vencer com a Argentina? Zidane poderia ter se tornado o primeiro jogador francês a vencer dois mundiais?

Para responder a essas e outras perguntas, a Betfair, uma das maiores casas de apostas do mundo, levantou dados históricos avaliando decisões controversas das Copas de forma retroativa. A casa de apostas reuniu todas as possibilidades no site O VAR nas Copas, que já está disponível para os torcedores fazerem suas próprias análises.

O resultado da pesquisa surpreende não só aos brasileiros, mas para muitos fãs da maior competição de seleções do mundo.

Ferenc Puskás, um dos maiores jogadores de todos os tempos e que hoje dá nome ao prêmio de gol mais bonito da temporada, teria levantado a taça da Copa do Mundo de 1954. Segundo a pesquisa, Puskás teve um gol mal anulado aos 89 minutos de jogo na partida contra a Alemanha, o que deixou a partida com o placar de 3 a 2 e culminou na derrota dos húngaros.

Vale lembrar que a Hungria nos anos 50 era uma das principais seleções do mundo, vencendo os jogos Olímpicos de Helsinque, na Finlândia, e o goleador Puskas, era considerado uma lenda futebolística, sendo um dos melhores jogadores do século 20.

Romário, Rivaldo e Ronaldo não seriam campeões mundiais

Jogadores históricos da Seleção Brasileira, Romário, Rivaldo e Ronaldo não teriam vencido Copas do Mundo se o VAR funcionasse em 1994 e 2002.

Na análise da Betfair, o mundial realizado nos EUA, os erros de arbitragem não marcados a favor da Espanha na partida contra a Itália prejudicaram diretamente o resultado da competição, que teve o Brasil como campeão nas penalidades contra os italianos. Para o Brasil, a falta sofrida pelo lateral-esquerdo Branco que gerou em gol do Brasil seria anulada pela tecnologia, impactando o resultado final da partida, deixando em aberto o jogo.

Já na Coreia do Sul e do Japão, em 2002, um gol legítimo e mal anulado para a Bélgica no duelo contra o Brasil poderia ter mudado os rumos da seleção até então tetracampeã da competição. O estudo ainda aponta que, naquela edição, o título teria ficado com Espanha ou Itália.

Rivaldo comenta sobre erros de 2002 que teriam ajudado o Brasil

Rivaldo, pentacampeão com a Seleção em 2002 e peça-chave do título brasileiro, comentou sobre os lances que poderiam ter mudado o curso daquela edição da Copa do Mundo para a Seleção Brasileira.

“No jogo da Copa de 2002, hoje posso dizer que aquela bola do Luizão, no lance do pênalti contra a Turquia, foi fora da área. Claro que não tinha como voltar naquele momento, porque não existia VAR para analisar. Pensando rápido, tem também o gol que tomamos contra a Bélgica. O VAR poderia analisar e dizer: ‘não foi falta’. Ele apenas cabeceou, não empurrou o Roque Júnior. E o gol valeu. Com o VAR, esse lance poderia ter sido visto de outra forma, assim como aquele pênalti que o árbitro marcou em 2002 numa bola que foi fora da área. Então existem situações para os dois lados na Copa de 2002”, apontou o embaixador da Betfair.

O ex-jogador também comentou que erros no passado poderiam ser evitados, mas que o VAR hoje ainda é falho no futebol. “É claro que, se tivesse VAR nesses lances, tanto o da Turquia quanto o da Bélgica, as seleções prejudicadas diriam hoje: ‘se o VAR existisse, isso não teria acontecido’. Em alguns casos, sim, o VAR evitaria o erro. Em outros, não. Porque hoje a gente vê acontecer coisas parecidas com as de antigamente. O VAR está se equivocando em lances em que não deveria se equivocar”, analisou.

Zidane e Maradona seriam campeões de qualquer maneira

Uma das grandes mitologias das histórias da Copa do Mundo é a mão de Deus de Maradona, que ajudou os hermanos a vencerem a edição de 1986 no México. Se o VAR já funcionasse na época, o gol seria anulado e, segundo o estudo, o título da competição teria ficado com a seleção inglesa. Porém, Maradona teria sido campeão na copa seguinte, segundo o estudo, já que o duelo contra a Alemanha na Copa de 1990 contou com um pênalti mal marcado e um toque de mão irregular que favoreceu a equipe campeã daquela edição.

Liderada por Zinedine Zidane, a França de 2006 tinha a chance de fazer algo incrível: vencer duas Copas do Mundo com grande do elenco se repetindo. Da França de 1998, oito jogadores estiveram no elenco de 2006 (Zinedine Zidane, Fabien Barthez, Lilian Thuram, William Gallas, Patrick Vieira, Claude Makélélé, Thierry Henry e David Trezeguet), mas a equipe perdeu na final para a Itália.

No estudo levantado pela Betfair sobre o VAR, a Itália não deveria ter vencido a Austrália nas oitavas de final, já que a partida contou com diversos erros de arbitragem que teriam mudado o curso da competição e dado o título aos franceses.

Mas a grande ironia da análise é que a França não teria sido campeã em 1998 diante da sua torcida, e sim a seleção italiana, que foi prejudicada diretamente por erros de arbitragem. No total, o levantamento da Betfair detectou 26 decisões de arbitragem que poderiam mudar a história das Copas. Todas podem ser vistas no site O VAR nas Copas.