10 a 21/12 – Mostra “Bonecos na Tela” no CHM, como parte da Ocupação Giramundo
Mais uma iniciativa da “Ocupação Giramundo” no Palácio das Artes, as exibições contam com sessões comentadas, mesas-redondas e têm apoio do Consulado Geral da República Tcheca em São Paulo, por meio do programa cultural CzechArte
Em perspectiva curatorial inédita, o Cine Humberto Mauro realiza a mostra “Bonecos na Tela”, que traça um panorama da presença dos bonecos e demais figuras animadas no cinema. Expandindo o mote já corrente do cinema de animação, a mostra focaliza os bonecos e suas aparições na sétima arte, desde os primórdios. “Bonecos na Tela” é um dos desdobramentos da “Ocupação Giramundo” no Palácio das Artes e tem curadoria de Vitor Miranda, gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e programador do Cine Humberto Mauro, com a colaboração de Marcos Malafaia, diretor do Grupo Giramundo, e de Vera Matysikova, da CzechArte, programa mantido pelo Consulado Geral da República Tcheca em São Paulo, que apoia a realização. As exibições começam no dia 10/12 (quarta-feira) e vão até dia 21/12 (domingo). A entrada é gratuita e metade dos ingressos fica disponível pelo Eventim, a partir de meio-dia do dia da sessão. O restante é distribuído na bilheteria do Cine Humberto Mauro, meia hora antes de cada exibição, mediante apresentação de documento com foto.
Entre curtas e longas-metragens, quase 40 filmes compõem a programação, que passeia por décadas e países, com presença marcante de produções da República Tcheca. Elas dividem espaço com filmes norte-americanos, dinamarqueses, ingleses, italianos, alemães e brasileiros, que também têm peso no programa. Ao longo de doze dias, o público poderá assistir a filmes que habitam universos poéticos, satíricos e fantásticos, como “Gremlins” (1984), “O Estranho Mundo de Jack” (1993) e “Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme” (1999), além de obras de diretores reconhecidos por sua originalidade no uso da figura animada, como Jan Švankmajer, Spike Jonze e Wes Anderson. Clássicos como “King Kong” (1933) e “Jasão e os Argonautas” (1963) também convivem com obras fundamentais do stop motion europeu, como os filmes de Lotte Reiniger, Jiří Trnka, Karel Zeman, Hermína Týrlová. Algumas produções remetem, também, ao período natalino.
A mostra “Bonecos na Tela” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Fundação Clóvis Salgado. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo FrediZak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 56 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo do Brasil: do lado do povo brasileiro.
Sessão comentada e ação formativa — “Bonecos na Tela” conta com “Cinema e Psicanálise”, programa já tradicional e querido do público do Cine Humberto Mauro. Na sexta (19/12), “Quero Ser John Malkovich” (1999) será comentado pela psicanalista, pesquisadora e doutora em Psicologia pela UFMG, Carla Capanema. A mostra terá também um momento formativo, em que será emitido certificado aos participantes: a mesa-redonda “O Cinema de Animação Artesanal do Giramundo”, no dia 13/12 (sábado), às 17h, com Marcos Malafaia e Ulisses Tavares, diretores do Grupo Giramundo; Guilherme Amarante, animador e ex-integrante do Giramundo; Davi Fuzari, fotógrafo e animador digital; e mediação de Sávio Leite, cineasta e pesquisador. Malafaia comenta a junção entre teatro e cinema, um dos tópicos de discussão da mesa, que trata também do primeiro experimento audiovisual do grupo, e fala, ainda, sobre a presença da mostra na “Ocupação Giramundo”: “Ao incluir a mostra ‘Bonecos na Tela’ em sua programação, a ‘Ocupação Giramundo’ fecha um ciclo importante para a compreensão do grupo. Tratando dos fundamentos do nosso processo criativo, em suas facetas tradicionais de planejamento, projeto, manipulação e composição de espetáculos teatrais, a mostra e o Grupo Giramundo avançam para novas fronteiras híbridas, em que o teatro de bonecos e o cinema de animação se fundem em formas inovadoras”, explica.
Resgate e novos caminhos — Sávio Leite, que também é professor do curso de Cinema e Audiovisual no Centro Universitário UNA, apresenta no dia 11/12 (quinta-feira), às 19h30, a palestra “A Evolução das Marionetes na História do Cinema”, baseada em um curta do cineasta mineiro Humberto Mauro, “O Dragãozinho Manso: Jonjoca” (1942), primeira produção brasileira que deu vida a um boneco na tela. O pesquisador resgata a marionete como símbolo do humano e metáfora do controle, da alma e da criação artística. Ele também introduz ao público curtas-metragens de sua autoria, reunidos em uma sessão no dia 13/12, às 16h. Sávio Leite exalta a trajetória do Grupo Giramundo, que há mais de cinco décadas se dedica a encantar públicos de todas as idades. “A mostra é super importante para comemorar os 55 anos desse patrimônio de Belo Horizonte, que estabelece um diálogo direto com o cinema de animação; será um caminho muito simples e natural, mas poderoso, para vermos o avanço do Giramundo pelo cinema de animação”, declara.
A programação “Bonecos na Tela” abrange também uma edição da “Sessão da Meia-Noite” com “Bonecas Macabras”, um clássico ítalo-americano de terror dirigido por Stuart Gordon e lançado em 1987. Vitor Miranda celebra essa diversidade, ressaltando a pertinência da realização da mostra para a parceria da Fundação Clóvis Salgado com o Grupo Giramundo e para o público amante da sétima arte. “Com exibições de nacionalidades e épocas diversas, ações formativas e debates, a mostra reverencia os 55 anos do Grupo Giramundo, ao mesmo tempo em que retoma a capacidade ancestral que temos de dar vida à matéria. Com o avanço vertiginoso das técnicas que parecem se autonomizar, com a multiplicação das IAs, ‘Bonecos na Tela’ relembra que o poder de imaginar a vida em objetos inanimados é humano e nos significa como criadores de realidades, o que desde os primórdios foi e continua sendo um princípio cinematográfico”, conclui.
CINE HUMBERTO MAURO – Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som Dolby Digital e para exibição de filmes em 3D e 4K. Nestes mais de 45 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como através da criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual, com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento. O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise, Curta no Almoço, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Serviços:
Mostra “Bonecos na Tela” – Cine Humberto Mauro
Datas: 10/12/25 a 21/12/25
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes
(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Classificação indicativa: Variável
Entrada gratuita
Metade dos ingressos estará disponível on-line, a partir de meio-dia do dia da sessão, pelo site da Eventim. O restante será distribuído presencialmente na bilheteria do Cine Humberto Mauro, meia hora antes de cada exibição, mediante apresentação de documento com foto.

